PSD quer dar nomes de Vicente Jorge Silva e Pedro Rolo Duarte a ruas de Lisboa

Jornalistas marcantes, contribuíram “para a maturidade da democracia portuguesa” e “marcaram gerações”, defende a vereadora Teresa Leal Coelho. Parque Ventura Terra vai passar a chamar-se Jardim Medeiros Ferreira.

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Vicente morreu na semana passada aos 74 anos Nuno Ferreira Santos

Os jornalistas Vicente Jorge Silva e Pedro Rolo Duarte podem vir a ser homenageados com a atribuição dos seus nomes a ruas de Lisboa. Teresa Leal Coelho, vereadora do PSD, vai levar a proposta a votos na reunião camarária desta quinta-feira.

Falecido na semana passada, Vicente Jorge Silva foi responsável pelo relançamento do Comércio do Funchal, pela criação da Revista do Expresso e pela fundação do PÚBLICO, entre outros projectos. Na proposta, Leal Coelho defende que o jornalista criou “uma abordagem moderna na imprensa escrita, pela procura de novas vozes e novos talentos e por uma postura de rigor, isenção e pluralismo que em muito contribuiu para a maturidade da democracia portuguesa”.

Pedro Rolo Duarte, que morreu há praticamente três anos, esteve ligado a projectos editoriais marcantes, como O Independente, a revista K, o suplemento DNA, do Diário de Notícias, a revista Se7e e a programas radiofónicos e televisivos como Falatório ou Hotel Babilónia. Escreve a vereadora do PSD que contribuiu “para a renovação de públicos atraídos por formatos inovadores e de qualidade.”

“Ao saberem ler as tendências, interesses e inquietações de novos públicos e ao estabelecerem níveis de exigência e padrões de qualidade que marcaram gerações, cada um à sua maneira, Vicente Jorge Silva e Pedro Rolo Duarte são dois jornalistas que merecem ser recordados e homenageados pela cidade onde viveram e onde trabalharam”, argumenta Teresa Leal Coelho.

Medeiros Ferreira em lugar de Ventura Terra

Caso a proposta seja aprovada, ainda será preciso esperar pelo menos dois anos para ver o nome de Rolo Duarte numa rua de Lisboa e pelo menos cinco para ver o de Vicente. A comissão municipal de toponímia, a quem cabe a decisão sobre se, como e onde se mudam os nomes das ruas, decidiu recentemente manter um período mínimo de cinco anos entre a morte de alguém e a atribuição do seu nome a um arruamento da cidade.

Assim, a vereadora brasileira Marielle Franco, assassinada em 2018, só a partir de 2023 poderá ser homenageada numa artéria da capital portuguesa, como foi unanimemente decidido pela autarquia há cerca de um ano, sob proposta do BE. Já houve, no entanto, excepções a esta política: apenas um ano depois de morrer, Eusébio já era nome de avenida.

Na reunião desta quinta vão ser votados sete novos topónimos. O Parque Ventura Terra, assim chamado por ter sido este arquitecto a projectar o Palacete Mendonça que o espaço verde envolve, passará a chamar-se José Medeiros Ferreira, em homenagem ao antigo ministro e historiador, falecido em 2014.

Vão ser ainda contemplados José Veiga Simão, com um largo em Carnide, Manuel Tainha, com uma rotunda na Ajuda, António Tabucchi, com uma rua no Lumiar, Ruy Athougia, com um jardim em Alvalade, Eduardo Teixeira Coelho, também com um jardim em Alvalade, e Igrejas Caeiro, com um jardim no Areeiro.

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