Roglic sofre mas agarra-se à camisola amarela na Volta a França

Grande etapa na Volta a França, num dia que abre boas perspectivas para a etapa 18, a última tirada de montanha.

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Roglic em acção no Tour Reuters/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Primoz Roglic é ainda mais líder da Volta a França. Nesta quarta-feira, na etapa 17, a chegada em alto não permitiu ao esloveno vencer, mas permitiu-lhe ganhar cerca de 15 segundos a Tadej Pogacar, segundo classificado deste Tour. Melhor do que os dois eslovenos esteve o “Superman” Miguel Ángel López, que conseguiu libertar-se do duo europeu e vencer a etapa na chegada ao Col de la Loze.

Neste momento, Roglic, que mostrou estar mais fresco do que Pogacar, lidera com 57 segundos de vantagem para o compatriota, seguindo-se o colombiano López, que abriu a vantagem para Richie Porte na luta pelo pódio.

Tour já sem Bernal

Nesta quarta-feira, o pelotão do Tour, visitado pelo presidente francês Emmanuel Macron, tinha pela frente aquela que era, possivelmente, a etapa mais dura da corrida.

Com duas subidas de categoria especial, uma delas a coincidir com a meta – e com pendentes que chegavam aos 24% de inclinação –, os ciclistas tinham para escalar as únicas duas montanhas acima de 2000 metros existentes neste Tour 2020.

Quem já não teve de as subir foi Egan Bernal. O vencedor do Tour 2019 abandonou a prova, tornando-se apenas o quarto campeão a abandonar a corrida (os outros foram Thevenet, em 1976 e 1978, Hinault, em 1980, e Froome, em 2014).

Na estrada, este não era dia para vingar uma fuga. Apesar de haver um percurso de “sobe e desce”, teoricamente benéfico para um lote de fugitivos, os segundos de bonificação existentes para os primeiros classificados seriam sempre um bónus demasiado valioso para os principais candidatos à vitória final.

E assim foi. Uma fuga inicial de 21 ciclistas chegou a ter seis minutos de vantagem, mas, a pouco e pouco, o pelotão encurtou a diferença para cerca de dois minutos. Com a fuga já reduzida a Carapaz, Alaphilippe e Izaguirre, a subida final trataria de reduzir, de forma natural, a mais do que condenada vantagem dos fugitivos.

Alaphilippe e Izaguirre acabaram também por ceder e o fugitivo mais forte do dia foi Carapaz, que já na etapa anterior tinha andado em fuga – perdeu para Lennard Kämna nos quilómetros finais.

O equatoriano voltou a não conseguir salvar a honra da Ineos, sendo alcançado mal começou o duelo entre os favoritos. E foi nesta fase, a pouco mais de três quilómetros da meta, que atacou o sempre ofensivo Miguel Ángel López, com resposta inicial de Pogacar, Roglic e o “ajudante” do camisola amarela, Sepp Kuss.

Mas Kuss pareceu confuso com o que deveria fazer – se acompanhar López ou se esperar pelo seu líder. A estratégia acabou por ser seguir López, uma opção que pareceu estranha e que não só deu alguma ajuda momentânea ao colombiano como deixou Roglic sozinho na luta com Pogacar.

Pogacar não mostrou a frescura e a audácia ofensiva de outros dias e acabou por largar a roda de Roglic, que abriu 15 segundos para o compatriota.

Grande etapa de montanha na Volta a França, num dia que abre boas perspectivas para a etapa 18. Para esta quinta-feira está agendada a última etapa de montanha para duelo directo entre os principais candidatos à vitória. A partir daí, restarão duas etapas de sprint e um contra-relógio.

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