Ex-presidente do atletismo mundial condenado por corrupção

Senegalês Lamine Diack, de 87 anos, cumprirá uma pena de quatro anos de prisão, tendo ainda sido multado em 500 mil euros.

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Lamine Diack, de 87 anos, foi sentenciado com pena de prisão de quatro anos, dois efectivos Reuters/CHARLES PLATIAU

O senegalês Lamine Diack, antigo presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo, actual World Ahletics, foi esta quarta-feira condenado a quatro anos de prisão, dois dos quais efectivos, por corrupção.

Lamine Diack, que esteve à frente da então designada IAAF entre 1999 e 2015, foi condenado por um tribunal de Paris pelo crime de corrupção, num esquema que visava ocultar os casos de doping na Rússia.

O senegalês, de 87 anos, considerado culpado de corrupção activa e passiva, e de abuso de confiança, foi ainda multado em 500.000 euros, numa sentença passível de recurso.

Em Junho, o antigo dirigente admitiu em tribunal ter decidido suspender processos disciplinares por doping contra atletas russos para “salvar a saúde financeira” do organismo que liderou.

“A saúde financeira [da IAAF] tinha de ser protegida e eu estava pronto a fazer esse transigência”, disse o senegalês.

Diack, a principal figura no processo que envolve acusações de corrupção, abuso de poder, lavagem de dinheiro e associação criminosa, negou qualquer relação entre a “gestão” dos casos de doping russos e um financiamento de 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,3 milhões de euros) para as eleições de 2012.

Durante a fase de investigação, Diack já tinha admitido que as sanções à Rússia foram “geridas” para não manchar a imagem do país antes do Mundiais de 2013, disputados em Moscovo, numa altura em que a IAAF negociava contratos de patrocínios e transmissões televisivas.

O adiamento de algumas sanções permitiu que alguns atletas participassem nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012 e conquistassem várias medalhas.

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