Protecção Civil diz que falta dominar 10% do incêndio de Proença-a-Nova

Está dominado 90% do incêndio de Proença-a-Nova, que lavra desde domingo e alastrou aos concelhos de Oleiros e Castelo Branco. Câmara de Oleiros estima uma área ardida de 20 mil hectares.

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As maiores preocupações centram-se no concelho de Oleiros LUSA/PAULO CUNHA
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Fogo deflagrou no Domingo LUSA/PAULO CUNHA
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A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) disse esta terça-feira que está dominado 90% do incêndio de Proença-a-Nova, que lavra desde domingo e alastrou aos concelhos de Oleiros e Castelo Branco.

“Todo o perímetro do incêndio está estabilizado, porém existe uma preocupação em 10% do território”, relatou o comandante de agrupamento distrital Pedro Nunes numa conferência de imprensa, cerca das 20h, no posto de comando instalado em Sobreira Formosa, no concelho de Proença-a-Nova.

Segundo Pedro Nunes, os 10% correspondem a partes do perímetro, que é superior a 60 quilómetros, “que estão ainda muito quentes e que tiveram actividade de fogo durante a tarde”. O comandante precisou que se trata de áreas na zona Norte do concelho de Oleiros, que vai desde a localidade de Pisoria a Vilar Barroso. “São partes que não estão consolidadas e, por isso, ainda não é possível dar o incêndio por dominado”, sublinhou aos jornalistas.

Por volta das 17h50, a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil dava o incêndio como “em resolução”, no entanto, cerca das 19h30 já estava novamente “em curso”, patamar no qual se mantinha às 21h. Salientando que não existe fogo activo, Pedro Nunes disse que os trabalhos decorrem favoravelmente e que as condições climáticas da noite se avizinham “favoráveis” para as operações delineadas.

O dispositivo no terreno, que envolve cerca de um milhar de operacionais e 400 veículos, apoiados por 15 aeronaves, vai manter-se até ao final de quarta-feira, garantiu o comandante da ANEPC. Ao longo desta terça-feira também não foi necessário retirar pessoas das suas localidades e as cerca de 40 que na terça-feira foram retiradas já voltaram a casa.

Câmara de Oleiros estima uma área ardida de 20 mil hectares

O presidente da Câmara de Oleiros disse esta terça-feira que terão ardido cerca de 20 mil hectares com o incêndio que deflagrou no domingo em Proença-a-Nova, classificando-o como o maior fogo a atingir o concelho desde 2003.

“Já ardeu tudo. Não há mais nada para arder, porque já chegou às zonas onde tinha ardido no ano passado e há dois anos”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Marques Jorge.

De acordo com o autarca, terão ardido “à volta de 20 mil hectares” no território do município, sendo “o maior incêndio no concelho de Oleiros nos últimos 20 anos”. “Só o incêndio de 2003 é que é comparável”, referiu, recordando que este incêndio, que começou no concelho vizinho de Proença-a-Nova, chegou a consumir 900 hectares por hora.

Para o presidente da Câmara de Oleiros, mais importante do que debater o combate ao fogo é abordar a falta de ordenamento florestal. “Quando não se consegue combater no início e quando o incêndio chega ao concelho como aconteceu desta vez, com frentes de vários quilómetros, o fogo segue o seu caminho e ninguém o consegue parar. Só é possível [pará-lo] com ordenamento florestal. Agora, vai-se falar muito do ordenamento e do emparcelamento e depois sabe o que se vai fazer? Nada”, asseverou.

Apesar disso, Fernando Marques Jorge salientou que acredita que “com o actual secretário de Estado das Florestas, se tiver poder suficiente e se não lhe cortarem as pernas, seguramente se poderá desta vez ter um trabalho para o futuro”. “Mas não sei se ele terá essa força para impor o que é necessário fazer”, notou.

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