O coronavírus constrói barreiras. A UE constrói pontes

O coronavírus representa um enorme desafio para as pessoas que foram afectadas em todo o mundo, exigindo uma quantidade significativa de recursos - tanto materiais como humanos - para o conseguir controlar.

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Nos países que estão a passar por situações de conflito, catástrofes e outras crises, esse desafio é incomparavelmente maior e mais complexo. A instabilidade política ou social significa que, para muitas populações vulneráveis e devastadas pela guerra em todo o mundo, coordenar uma resposta ao vírus em termos de cuidados de saúde e logística é uma tarefa quase impossível de levar a cabo sozinhos.

A União Europeia, como um dos principais doadores mundiais de ajuda humanitária, reiterou o seu compromisso com a solidariedade global durante a pandemia e está fortemente determinada a apoiar as populações vulneráveis no combate ao vírus. Para tal, a UE lançou uma série de voos de ponte aérea humanitária para fazer chegar pessoal e recursos vitais às zonas mais necessitadas, além de repatriar centenas de cidadãos europeus nas viagens de regresso. Totalmente financiados pela União Europeia, os voos de ponte aérea são uma manifestação da solidariedade europeia; um compromisso para demonstrar que a nossa resposta ao vírus é mais eficaz quando trabalhamos em conjunto.

Conheça o Michael, a construir pontes para combater o vírus

O Michael, um responsável pelos programas da Proteção Civil e  Operações de Ajuda Humanitária Europeias, é um dos muitos coordenadores a trabalhar no terreno como parte deste esforço de ajuda sem precedentes. Localizado no Sudão do Sul, onde o conflito deixou 1,6 milhões de pessoas deslocadas internamente e 7,4 milhões a necessitar de ajuda de emergência, o Michael ajudou a coordenar dois voos de ponte aérea humanitária para a região. Estas operações distribuíram um total de 89 toneladas de equipamento médico e de ajuda humanitária, e foram organizadas conjuntamente, através da UE, pela Itália, França e as autoridades do Sudão do Sul. “Para vencermos o coronavírus, temos de trabalhar em conjunto e ser solidários com os mais vulneráveis,” disse o Michael.

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Pontes em todo o mundo

Mas o Michael não está a trabalhar sozinho e o Sudão do Sul não é o único beneficiário. Na verdade, durante os primeiros 3 meses da iniciativa de ponte aérea humanitária, que teve inicio em maio de 2020, a UE – através de pessoas como o Michael – organizou mais de 60 voos, enviando mais de 1100 toneladas de equipamento e mais de 1700 especialistas para os países que enfrentam crises humanitárias por todo o mundo. Foram mobilizados voos de ponte aérea com sucesso para países como o Afeganistão, Burquina Faso, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Guiné-Bissau, Haiti, Irão, Iraque, Costa do Marfim, Líbano, Mali, Nigéria, Peru, São Tomé e Príncipe, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Venezuela e Iémen – e esta lista está a aumentar todas as semanas.

Com estes voos, a UE oferece uma mão amiga a pessoas vulneráveis que necessitam de apoio. Cada ponte aérea humanitária transportou equipas médicas e de ajuda humanitária, e uma grande variedade de recursos para países necessitados - que incluíam de tudo - desde equipamento de proteção individual a laboratórios para testes ao coronavírus. A UE também providenciou apoio diplomático para facilitar o acesso à ajuda.

“A pandemia do coronavírus traz enormes desafios logísticos à comunidade humanitária,” disse o Comissário Europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič. “A disponibilização de ajuda vital torna-se mais complexa, enquanto as necessidades continuam elevadas em muitas áreas críticas. Com esta ponte aérea estamos a enviar ajuda aos mais vulneráveis e a ajudar no combate ao coronavírus de uma forma global.”

Solidariedade em tempos de necessidade

As pontes aéreas humanitárias são apenas uma faceta da resposta global da União Europeia ao coronavírus. Combinando recursos da UE e dos seus Estados-Membros sob uma abordagem unificada da “Equipa Europa”, a UE disponibilizou 36 mil milhões de euros para ajudar comunidades em todo o mundo a combater o vírus. Algumas das iniciativas dirigidas pela UE, um dos primeiros a aderir ao Plano de Resposta ao Coronavírus da Organização Mundial de Saúde (OMS), em fevereiro de 2020, incluem a organização de formação para prestadores de cuidados de saúde na Somália, a construção de centros de teste na Colômbia, a distribuição de mais de 10 000 kits de emergência no Iémen e a mobilização de equipas de especialistas na Bósnia e Herzegovina.

O coronavírus não reconhece fronteiras e não discrimina na forma como afeta os países. No entanto, nem todos têm os mesmos trunfos, em termos de capacidade, recursos ou estabilidade política, para lidar com o vírus. É por esta razão que a UE trabalha em estreita colaboração com nações em todo o mundo. Graças ao trabalho de pessoas como o Michael, estabelecendo e facilitando pontes aéreas humanitárias e outras iniciativas dirigidas pela UE, os países vulneráveis estão mais fortes, mais resilientes e mais bem preparados para enfrentar os desafios que o coronavírus apresenta.