Costa anuncia contratação de mais assistentes operacionais e recusa comentar apoio a Vieira

À margem de uma visita a uma escola de Benavente, o primeiro-ministro insistiu que o facto de integrar a comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira não tem nada a ver com política.

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António Costa com ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, em Benavente LUSA/ANTÓNIO COTRIM

No dia em que algumas escolas dão início do ano lectivo, o primeiro-ministro visitou um estabelecimento de ensino em Benavente e falou sobre o esforço que foi feito por todos ao longo dos últimos meses. António Costa referiu-se ao esforço das famílias e dos professores e ao esforço do Governo “para que o estudo em casa” e “a recuperação do ensino à distância”, com reforço dos conteúdos digitais, fosse possível. E aproveitou para anunciar a contratação de mais assistentes operacionais. Também insistiu que o seu apoio a Luís Filipe Vieira não tem nada a ver com política.

“Estamos a reforçar ao limite o número de professores contratados. Estamos até ao limite a aumentar número de assistentes operacionais. Ainda esta semana será anunciada a contratação de mais assistentes operacionais”, assumiu o primeiro-ministro.

“O mês de Maio foi um ensaio importante para testarmos se era e como era possível reabrimos as escolas. Esta semana, a reabertura é fundamental para retomarmos a realidade e prosseguirmos com a nossa vida com a convivência necessária com o vírus que se vai manter até haver vacina”, avisou.

“Não podemos continuar a pagar o preço da desigualdades que gera não haver ensino presencial”, disse ainda, reconhecendo que o vírus está entre nós, mas que a escola em si não o transmite. “Estarmos em sentido de precaução é fundamental e isso significa usar a máscara desinfectar as mãos, lavar as mãos, manter o distanciamento físico e cumprir os circuitos”, defendeu o primeiro-ministro, lembrando que não vale de nada ter cuidados na escola se em casa não se mantiverem os mesmos cuidados.

“Vai ser um ano lectivo com problemas, como, aliás, houve outros com problemas. Este ano há um risco novo”, afirmou, assumindo o compromisso de que o Governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para dar resposta às dificuldades das escolas. "Não podemos continuar a pagar o preço de ter as escolas encerradas”, concluiu.

Vida privada

À margem desta visita à Escola Secundária de Benavente, o primeiro-ministro rejeitou comentar o facto de integrar a comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica e insistiu que isso não tem “rigorosamente nada” a ver com a sua vida política ou com as funções que desempenha.

“Mais uma razão acrescida para que não misture de forma alguma aquilo que são as minhas responsabilidades enquanto político com coisas que rigorosamente nada têm ou tiveram a ver com a minha ida política ou funções”, disse António Costa.

O chefe do Governo repetiu esta ideia já depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter recusado comentar a questão em abstrato, por implicar uma pessoa concreta, remetendo-a para a reunião de quinta-feira, em Belém, com António Costa. “O que eu sei é através da comunicação social e o que eu ouvi foi a explicação do senhor primeiro-ministro dada na comunicação social. Só saberei mais na audiência [com Costa] daqui por uns dias.”

Na RTP, Miguel Poiares Maduro criticou o primeiro-ministro pela decisão de integrar a comissão de honra de Luís Filipe Vieira, lembrando as “circunstâncias concretas que envolvem esta candidatura”, nomeadamente os processos judiciais. O ex-ministro do PSD não quis dizer que António Costa tentará influenciara justiça, mas “essa percepção pública pode existir”, sublinhou.

Já João Soares, ex-ministro de Costa que se afastou depois de oferecer duas bofetadas a um colunista do PÚBLICO, defendeu o chefe de Governo e lamentou a tendência “justicialista” de quem tem comentado o caso. “É um acto da sua vida privada. Jorge Nuno Pinto da Costa também teve o apoio de Rui Moreira e de um camarada autarca do meu partido”, lembrou.

 
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