Plano de retoma da TAP volta a ser criticado pela Associação Comercial do Porto

A TAP vai repor alguns voos para a Europa, África, Brasil e Estados Unidos em Outubro e criar novas rotas no próximo Verão, tudo com partida de Lisboa, excepto uma. Associação Comercial do Porto critica estratégia.

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Reuters/Rafael Marchante

A TAP vai aumentar os seus voos apenas com partida do aeroporto Humberto Delgado (Lisboa), deixando assim o Porto de fora do seu plano de recuperação, o que gerou uma nova vaga de críticas por parte da Associação Comercial do Porto, avança o Jornal de Notícias (JN) esta segunda-feira.

Já em Maio tinha havido polémica, com a TAP a anunciar parte do seu plano de retoma com o aumento para 27 voos semanais até ao fim de Junho e 247 em Julho. Porém, a maioria era com partida em Lisboa, deixando os autarcas e responsáveis do Norte indignados com a companhia aérea portuguesa.

Mais tarde, em Junho, foram anunciadas 22 novas rotas. Destas, 20 partiam de Lisboa e duas do Porto.

Esta segunda-feira, segundo o JN, a TAP vai repor alguns voos para a Europa, África, Brasil e Estados Unidos em Outubro. Adicionalmente, a companhia aérea irá criar, no Verão de 2021, seis novas rotas para destinos turísticos. Todos estes voos têm partido no Aeroporto Humberto Delgado. O Aeroporto Sá Carneiro (Porto) terá apenas uma nova rota, iniciada em Dezembro, para a ilha do Sal, em Cabo Verde.

As seis novas rotas para o Verão de 2021 têm os voos previstos para começar entre Maio e Junho, à excepção de Zagreb, na Croácia, com os voos a iniciarem-se em Março. Os restantes destinos são Ibiza e Fuerteventura (Espanha), Djerba e Monastir (Tunísia) e Oujda (Marrocos). As informações referentes a estes destinos e venda das passagens aéreas estão disponíveis em comunicado no site da TAP.

No entanto, fonte da companhia aérea afirmou ao JN que as únicas rotas anunciadas que têm início entre Outubro e Março do próximo ano “são Lisboa/Maceió e Porto/Sal”.

“O país está completamente anestesiado e o Governo, aparentemente, demitiu-se de ter qualquer opinião nas decisões estratégicas de retoma de voos da TAP”, diz ao JN o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho. Além disso, lembrou ao jornal que Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, tinha prometido reverter a política centralizadora da empresa. “É de uma completa inutilidade o dinheiro injectado na TAP”, conclui Nuno Botelho.

No Norte, a TAP está a ser substituída por outras companhias aéreas. No final de Agosto a Autoridade Nacional da Aviação Civil divulgou os dados nos movimentos dos aeroportos, tendo a TAP no Aeroporto Francisco Sá Carneiro um decréscimo de 22% no seu movimento no segundo trimestre (passando de 25% no segundo trimestre de 2019 para 3% no mesmo período de 2020). Assim, a TAP passou de segunda a oitava maior companhia, sendo ultrapassada por companhias como Lufthansa e Luxair.

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