Histórias do Tour: O Pikachu economista

Até ao final do Tour, o PÚBLICO traz histórias e curiosidades sobre os ciclistas em prova.

Foto
Vuillermoz no Tour 2015 Reuters/BENOIT TESSIER

Aos 32 anos, Alexis Vuillermoz não é dos nomes mais proeminentes do pelotão do ciclismo internacional. Já fez top-15 no Tour e no Giro – e já venceu uma etapa na prova francesa, em 2015 –, mas tem tido uma carreira relativamente “morna”, apesar das já nove participações em Grandes Voltas. Mas nem por isso é uma figura menos interessante. Pelo contrário.

O ciclista da AG2R tem, para começo de conversa, uma alcunha entusiasmante para quem cresceu depois da década de 90. Conhecido como “Pikachu”, Vuillermoz fez por ganhar a comparação à personagem de animação.

“Primeiro, surgiu porque eu usava um capacete amarelo, no início da carreira no BTT. Depois, porque faço ataques-relâmpago. Tenho fibras musculares que me tornam explosivo. É por isso que espero pelo final das etapas para atacar, não me lanço à distância”, chegou a explicar o ciclista francês, justificando a comparação com o lado eléctrico da personagem dos Pokémon.

Sobre a qualidade desportiva de Vuillermoz, o ex-colega de equipa Jean-Christophe Péraud chegou a dizer que o que lhe sobrava em talento faltava em confiança. Já o corredor de Saint-Claude sempre preferiu definir-se como humilde.

Com excesso de humildade ou com falta de confiança, o certo é que a carreira do trepador francês não teve a pujança que o triunfo na etapa 8 do Tour 2015 parecia indiciar. À data, bateu de forma surpreendente Dan Martin e Alejandro Valverde, no Mûr-de-Bretagne.

Noutro âmbito, num detalhe incomum nos ciclistas profissionais, Vuillermoz tem formação económica e é mestre em bancos e seguros. “Se não fosse ciclista, imaginar-me-ia na gestão de património em bancos, para particulares que têm activos financeiros”, chegou a dizer.

Apesar deste plano B, a vitória na etapa da Volta a França e um título mundial no BTT já são grandes histórias para contar. E são, sobretudo, sucessos mais do que suficientes para que as carreiras de economista e bancário tenham sido postas em stand-by.

Sugerir correcção