Microsoft alerta para ataques de hackers russos a membros da campanha eleitoral nos Estados Unidos

A unidade de inteligência militar da Rússia que em 2016 atacou os servidores do Comité Nacional do Partido Democrata está novamente a atacar membros da campanha eleitoral e outros organismos, relacionados tanto com os democratas como com os republicanos. A Microsoft aponta também para hackers da China.

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Os responsáveis da Microsoft dizem que, até agora, não há provas de que os ataques realizados este ano tenham sido bem-sucedidos Reuters/KACPER PEMPEL

A unidade de inteligência militar da Rússia que há quatro anos atacou os servidores do Comité Nacional do Partido Democrata, dos Estados Unidos, está de volta com novos ataques destinados aos membros da campanha eleitoral, consultores e think tanks, associados tanto aos democratas como aos republicanos.

O aviso foi feito esta quinta-feira pela Microsoft Corporation, indica o The New York Times. A investigação da empresa concluiu que hackers associados ao Departamento Central de Inteligência da Rússia, que em 2016 tornaram públicos e-mails da campanha de Hillary Clinton, estão a fazer novos esforços para esconder o seu rasto.

Alguns dos ataques estão a ser encaminhados através do Tor, um sistema que esconde a identidade dos atacantes, o que atrasou o trabalho de identificação dos hackers, explica o diário norte-americano.

Os responsáveis da Microsoft dizem que, até agora, não há provas de que os ataques realizados este ano tenham sido bem-sucedidos, mas não conseguem afirmar definitivamente que nenhum material foi roubado ou quais poderão ser as motivações da Rússia.

A Microsoft descobriu também que hackers da China têm atacado as contas pessoais de correio electrónico de membros da campanha de Joe Biden, assim como de académicos e de think tanks como o Conselho Atlântico e o Centro Stimson. Apenas um dos alvos chineses detectados pela Microsoft estava relacionado com Donald Trump: um antigo funcionário da administração, que a empresa não quis nomear.

A campanha de Biden disse ao The New York Times que está “ciente dos relatos da Microsoft de que um actor estrangeiro fez tentativas sem sucesso de aceder às contas pessoais de correio electrónico de indivíduos associados à campanha”.

O líder da Agência de Cibersegurança e de Infra-estruturas (CISA) do Departamento de Segurança Interna, Christopher Krebs, afirmou que a entidade está “consciente de que a Microsoft detectou tentativas de comprometer as contas de correio electrónico de pessoas e organizações associadas às próximas eleições”, cita o diário norte-americano.

No entanto, Krebs garantiu que nenhuma dessas situações está “envolvida na manutenção ou operação de infra-estruturas de votação” e que “não foi identificado qualquer impacto nos sistemas eleitorais”.

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