Há sinais de retoma, mas exportações ainda caíram 7,3% em Julho

O regresso à normalidade das exportações nacionais de bens continuou a ser feito em Julho, mas a um ritmo moderado. A variação homóloga negativa das vendas ao estrangeiro situou-se nos 7,3%, uma melhoria face aos 10,1% de Junho.

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Nelson Garrido

As exportações portuguesas voltaram a dar em Julho mais um passo no regresso à normalidade, mas a sua variação face ao ano anterior continua a ser negativa.

De acordo com os dados do comércio internacional publicados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações portuguesas de bens em Julho registaram um valor 7,3% mais baixo do que no mesmo mês do ano passado. Uma variação negativa que, ainda assim, representa uma nova melhoria face aos meses em que o impacto da pandemia foi mais significativo.

As exportações nacionais, um dos motores do crescimento da economia portuguesa antes da actual crise, registaram logo a partir de Março uma queda abrupta. A variação homóloga negativa foi de 13% em Março e atingiu o seu máximo em Abril, com uma quebra de 41%.

A partir daí, verificou-se uma recuperação dos mínimos. Em Maio, a variação homóloga negativa das exportações de bens foi de 38,7% e, em Junho, este valor passou para 10,1%, o sinal mais forte de uma tendência de regresso à normalidade, que prosseguiu agora em Julho, embora de forma mais moderada, com a diminuição das exportações a situar-se nos 7,3%.

Um regresso a valores semelhantes aos do ano anterior à covid-19 ainda pode ser demorado, dependendo em larga medida da forma como evoluir a própria pandemia.

A variação negativa das exportações verifica-se em praticamente todos os tipos de produtos e para quase todos os destinos. A excepção está nas vendas para França, que registaram em Julho já uma variação homóloga positiva, de 1,1%. Para Espanha, o principal destino, ainda se verifica uma diminuição de 3,2%, o mesmo valor registado no caso da Alemanha.

Nas importações, a tendência de retoma também se verifica, mas de uma forma mais moderada. Depois de uma queda de 39,7% em Maio e de 22,6% em Junho, a variação negativa das importações de bens situou-se em 21,2%.

Isto levou a que o saldo da balança comercial de bens, embora mantendo-se em terreno negativo, registasse em Julho uma melhoria face ao ano passado de 1147 milhões de euros.

Os dados agora publicados pelo INE não incluem as exportações e importações de serviços, onde se encontra o turismo. Esse sector é responsável por uma parte muito significativa das exportações portuguesas e tem sido dos mais afectados pela pandemia.

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