Cristiano Ronaldo continua a ser a melhor solução

Capitão da selecção portuguesa apontou os dois golos do triunfo sobre a Suécia, na segunda jornada da Liga das Nações, ultrapassou os 100 golos por Portugal e ficou a oito do recorde de Ali Daei.

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Com o número 17 nas costas, Cristiano Ronaldo marcou o seu primeiro golo pela selecção portuguesa, um cabeceamento certeiro após canto de Luís Figo, o dono da camisola 7, mas que não chegou para evitar a derrota no jogo de abertura do Euro 2004, frente à Grécia, no Estádio do Dragão. Em 16 anos, Ronaldo multiplicou esse golo por 101. Foram dele os golos com que Portugal derrotou a Suécia, em Solna, por 0-2, na segunda jornada do Grupo 3 da Liga das Nações A, mantendo o pleno de vitórias no arranque da defesa do título conquistado em 2019. 

Se Portugal tinha mostrado que era capaz de viver bem sem Ronaldo na excelente vitória sobre a Croácia, por 4-1, frente aos suecos precisou da inspiração do seu capitão, que regressava à equipa depois de ter falhado o jogo de abertura da competição devido a uma infecção no pé direito. Fernando Santos disse que Ronaldo só iria a jogo se a disponibilidade fosse total. E também sublinhou outra coisa que continua a ser uma evidência: nenhuma equipa é melhor se não tiver o melhor do mundo. Já não é um problema jogar sem CR7, mas ele continua a ser a melhor solução.

Para este segundo jogo da Liga das Nações 2020, era o regresso a um palco onde Portugal viveu um dos  momentos mais brilhantes da sua história recente, um duelo épico com a Suécia liderada por Zlatan Ibrahimovic na segunda mão de um play-off de acesso ao Mundial 2014 — Zlatan marcou dois, Ronaldo marcou três. Há muito que Ibrahimovic deixou de jogar na Suécia, apesar de continuar no activo (longe dos seus melhores tempos), enquanto Ronaldo nunca sequer falou em deixar a selecção portuguesa e mantém o seu rendimento em patamares estratosféricos, como mais uma vez ficou provado, no Friends Arena.

Alguém tinha de sair para entrar Ronaldo e, em relação ao jogo com a Croácia, o sacrificado foi Diogo Jota, mantendo-se todos os outros titulares, incluindo Anthony Lopes na baliza no lugar que costuma ser de Rui Patrício. A Suécia foi um desafio diferente e mais difícil de resolver que o vice-campeão do mundo e o jogo foi relativamente equilibrado durante quase toda a primeira parte, com a selecção portuguesa a perder um dos pontos de referência aos 20’ — Bernardo Silva saiu lesionado e entrou Gonçalo Guedes para o seu lugar. 

Isto até ao momento em que Gustav Svensson, médio dos Seattle Sounders, cometeu uma falta imprudente, em cima dos 45’, sobre João Moutinho, à entrada da área, e foi expulso por acumulação de amarelos. E quem avançou para o livre directo? O mesmo de sempre. Ronaldo cumpriu toda a sua mecânica habitual. Alguns passos atrás, olhos na baliza, corrida, remate com as doses certas de força e precisão, e bola dentro da baliza. Depois, a mesma celebração de sempre para um golo especial, corrida, salto no ar e aterragem em pose de matador. 

A Suécia tentou fazer alguma coisa a jogar com menos um, sobretudo através de Forsberg, o criativo do RB Leipzig, mas a inferioridade numérica foi um peso que a selecção nórdica não conseguiu suportar. Deu mais espaços, perdeu rigor defensivo e abriu as portas a mais um golo português. Aos 73’, Bruno Fernandes foi brilhante na forma como colocou a bola no flanco oposto, à mercê de João Félix. O jovem atacante do Atlético não complicou e deixou-a nos pés de Ronaldo, que, na passada, fez o 0-2 (e o seu 101.º em 165 jogos) com um espectacular remate que não deu quaisquer hipóteses a Olsen.

Foi mais um momento para a galeria dos momentos espectaculares da carreira de Ronaldo, que, aos 35 anos, continua a mostrar o mesmo apetite que tinha aos 19, quando ainda usava o número 17. Agora, tem mais um recorde na mira, os 109 golos marcados por Ali Daei pela selecção do Irão. Já só faltam oito golos para empatar e nove para o ultrapassar. Alguém tem dúvidas de que vai conseguir?

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