Parlamento já tem relatório não secreto da auditoria ao Novo Banco e lista de devedores

O Novo Banco enviou ao final da tarde de sexta-feira relatório de auditoria expurgado das partes confidenciais. Parlamento deve decidir amanhã divulgação pública. Deputados já têm chave para descodificar devedores.

Foto
Miguel Manso

O Parlamento já tem uma versão não confidencial da auditoria ao Novo Banco que a instituição financeira liderada por António Ramalho enviou para a Assembleia da República ao final da tarde de sexta-feira, a pedido do Ministério das Finanças. A decisão sobre a divulgação pública deverá acontecer apenas esta terça-feira. Os deputados receberam também uma chave para descodificar quem são os devedores, remetida pelo Governo. 

A versão publicável da auditoria ao Novo Banco foi enviada pela instituição na sexta-feira, avançou o Eco e confirmou o PÚBLICO. Ao final da tarde chegou uma carta à Assembleia da República a dar conta da chegada da versão confidencial e da versão não confidencial da auditoria. O envio foi feito pelo Novo Banco, a pedido do Fundo de Resolução, que seguiu uma orientação do Ministério das Finanças.

Ainda ao final daquela tarde, esta informação foi remetida para a Comissão de Orçamento e Finanças (COF). Mas esta informação ainda não terá sido disseminada pelos deputados.

Para esta segunda-feira não estão previstas novidades no Parlamento quanto à divulgação pública da auditoria. “Hoje não há nada agendado, logo não haverá decerto novidades”, disse ao PÚBLICO o presidente da COF, Filipe Neto Brandão.

Para terça-feira, está marcada uma reunião da COF onde há vários requerimentos para discutir e votar sobre o Novo Banco. Entre eles está um, do PAN, que se refere à divulgação pública da mesma. Só nesta altura o Parlamento toma uma decisão sobre a classificação da auditoria. 

Entre os requerimentos está também um do Bloco de Esquerda, na qual o partido pede a lista de entidades codificadas na primeira versão da auditoria enviada para o Parlamento que foi classificada pelo Ministério das Finanças como confidencial, mas que não contém nomes de devedores. Os deputados já têm uma chave que permite descodificar os nomes dos detentores dos créditos que lhes foi enviada pelo executivo.

A auditoria especial da Deloitte visou actos de gestão do BES/Novo Banco entre 2000 e 2018. Compreende portanto o período que vai antes da resolução do BES (Agosto de 2014), o período imediatamente posterior e primeiro exercício fiscal do NB de novo em mãos privadas. O Novo Banco é detido em 75% pela Lone Star desde Outubro de 2017, mantendo o Fundo de Resolução 25% do capital do banco privado.


 
Sugerir correcção