O início de um novo ano escolar é uma tarefa de todos

É importante que este período de início de ano letivo seja estruturado, para ajudarmos as crianças e os jovens a estabelecer as novas rotinas de funcionamento ajustadas à situação de covid-19.

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Sergio Azenha

A família e a escola são os dois locais mais importantes para a educação das crianças e dos jovens, razão porque a colaboração entre ambos os contextos é um tema de grande atualidade, em particular numa época em que a escola assume um papel determinante na socialização das crianças e jovens. A colaboração mútua, crítica e, simultaneamente, solidária é condição indispensável para uma educação equilibrada. A pandemia da covid-19 tem trazido novos e complexos desafios às escolas que só poderão ser enfrentados com o apoio de sectores da sociedade, como da Educação, da Saúde e da Assistência Social, envolvendo também toda a comunidade.

As experiências prévias em países e regiões que já passaram pelo encerramento provisório das escolas e a literatura científica especializada mostram que o retorno às atividades presenciais não será como o regresso de um retorno tradicional, como quando alunos e professores retornam das férias (Cruz et al.,2020).

Sendo a escola uma condição de apoio fundamental para a atividade normal da vida familiar, profissional e económica e estando a poucos dias do início do ano letivo 2020/2021, que terá início na semana de 14 a 17 de setembro, embora ainda com muitas incertezas quanto à evolução da pandemia da covid-19, nomeadamente em Portugal, é fundamental conhecermos as Orientações da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE), Direção-Geral de Saúde (DGS) e Direção Geral de Educação. Estas orientações ajudam a prevenir a doença e a reduzir o eventual risco de transmissão da covid-19, permitindo conhecer as medidas preventivas das condições de segurança e higiene das escolas, as quais garantem uma gradual estabilização do processo educativo e da socialização das crianças e jovens, salvaguardando assim o direito de todos à educação, em condições de segurança.

É importante que este período de início de ano letivo seja estruturado, para ajudarmos as crianças e os jovens a estabelecer as novas rotinas de funcionamento ajustadas à situação de covid-19. Para garantir a aplicação destas medidas, é necessário que entre professores, auxiliares de ação educativa), pais e alunos se desenvolva uma atitude colaborativa para o cumprimento destas recomendações, que seja facilitadora do esclarecimento das dúvidas dos pais sobre o retorno dos filhos à escola. O cumprimento das regras de segurança e de disciplina implica a sua compreensão e o reconhecimento da sua importância, o que supõe um tempo de diálogo no seio da comunidade educativa. É importante escutar as dúvidas e angústias dos alunos, tranquilizando-as e ajudando-as a compreender a importância do cumprimento destas novas regras de convivência social na escola. Para isso é fundamental que os pais e os profissionais estejam preparados e se sintam seguros para fornecerem essa informação, levando-os a compreender a importância das novas formas de interação com os amigos e com os adultos, para a segurança e bem-estar de todos, e que mostrem expectativas positivas, facilitadoras da adaptação e confiança que são imprescindíveis para a aprendizagem e para o desenvolvimento.

O uso das normas de segurança para o sucesso do cumprimento das recomendações que regulem a vida das crianças e jovens deve basear-se num processo colaborativo e participado de construção coletiva de regras, na escola e no seio das turmas, em que estas se estabeleçam de modo claro, numa linguagem compreensível por todos os alunos entendam. A participação coletiva na construção das regras, permite responsabilizar todos na construção de um clima de escola seguro, com o objetivo de promover o bem-estar de todos da escola.

Essas normas deverão constar de regras e protocolos que permitam evitar ao máximo o contágio no entre os elementos da comunidade educativa, considerando princípios como o distanciamento físico (e não o social como se tem referido), envolvendo: a separação das mesas e cadeiras nas salas de aula; a realização de aulas em espaços amplos, como ginásios, pátios ou mesmo em espaços ao ar livre; a estruturação dos momentos de início e fim das aulas, definindo turnos escolares, e dos intervalos para evitar ajuntamentos; o uso de sinalética para garantir que todos respeitem as distâncias mínimas de proximidade; a diminuição do número de alunos por sala; a utilização de múltiplas entradas da escola e a divisão dos alunos de acordo com a proximidade das salas; e a marcação de lugares nos refeitórios, para minimizar a movimentação durante o almoço. Outras recomendações e medidas adotadas pelos países e regiões têm passado pela alteração das rotinas de higiene e pela verificação do estado de saúde dos alunos nas escolas, como: a lavagem imediata das mãos na chegada dos alunos à escola e, no mínimo, uma vez a cada duas horas ao longo do dia; a limpeza de todo os espaços e equipamentos escolares, pelo menos uma vez ao dia, sobretudo das superfícies que são tocadas por muitas pessoas; a verificação da temperatura dos alunos e educadores/professores no momento da entrada; a disponibilização de álcool em gel nas salas de aula e espaços comuns nas escolas; utilização de máscaras por alunos e professores durante toda a estadia na escola (exceção para os momentos de atividade física, nas aulas de Educação Física); e a exposição e divulgação de medidas de prevenção em linguagem acessível aos alunos.

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