Surpresa em Itália: Pierre Gasly estreia-se a ganhar na Fórmula 1

Piloto francês venceu um dos mais entusiasmantes Grandes Prémios da temporada.

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LUSA/Miguel Medina / Pool

O Grande Prémio de Itália de Fórmula 1 reservou uma surpresa gigantesca no Mundial 2020. Pierre Gasly, piloto da Alpha Tauri, bateu tudo e todos e alcançou o primeiro triunfo da carreira, numa corrida em que Carlos Sainz Jr. (McLaren) foi segundo e em que Lance Stroll (Racing Point) fechou o pódio. Nem o mais arrojado dos apostadores teria previsto um desfecho assim.

Algo de especial teria de acontecer para virar a corrida de pernas para o ar, até porque o arranque da prova traduziu-se em mais do mesmo: Lewis Hamilton (Mercedes), detentor da pole position e líder do Mundial, a comandar sem aparentes problemas. Um despiste de Kevin Magnussen, porém, baralhou as contas. O safety car entrou em pista, Hamilton dirigiu-se para o pit lane quando estava fechado e foi penalizado em 10 segundos, caindo para o sétimo lugar.

Poderia ter sido um simples revés, mas a verdade é que uma nova corrida começou à 28.ª das 53 voltas, quando Charles Leclerc (Ferrari) sofreu um acidente na Parabolica, uma das curvas mais acentuadas no circuito de Monza. A prova foi interrompida durante 25 minutos e relançada em novas bases a partir de então.

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Pierre Gasly, que já tinha recorrido às boxes antes da entrada em pista do safety car, passou a comandar o pelotão e teve de usar todos os recursos enquanto piloto para se defender dos ataques de Carlos Sainz, que até à última curva tentou uma ultrapassagem que tornasse ainda mais memorável a sua prestação. “Precisava de mais uma volta, rapazes”, desabafou via rádio, em contacto com a McLaren.

Para o espanhol, o segundo lugar traduziu-se na melhor performance da carreira, para Lance Stroll foi a segunda presença no pódio e para Gasly foi uma prova inesquecível. “Ó meu Deus, o que acabámos de fazer! Ganhámos mesmo a corrida? Conseguimos, conseguimos”, exultou, ainda em plena desaceleração nos instantes pós-vitória.

Se é verdade que a Mercedes ficou aquém das expectativas (Valtteri Bottas foi quinto e Hamilton sétima, depois de ter recuperado oito posições), o mínimo que pode dizer-se da prestação da Ferrari é que foi simplesmente desastrosa. É que, para além do acidente de Leclerc, Sebastian Vettel registou uma falha nos travões na sexta volta e também desistiu.

 Tudo conjugado, o Grande Prémio de Itália reinjectou na Fórmula 1 um sentimento de adrenalina e imprevisibilidade que há muito não se via. Basta ver, a esse respeito, que esta foi a primeira vez na história, na era dos turbo-híbridos, que a Mercedes, a Red Bull e a Ferrari terminam fora da cerimónia do pódio.

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