Cartas ao director

Mortes em lar de luxo

Li com atenção redobrada a notícia publicada [sobre as 18 mortes por covid-19 na Residência Montepio, no Porto]. E, no fim da leitura, que dizer? A taxa de letalidade dessa residência foi superior à do lar de Reguengos. O secretismo do número de mortos foi sempre protelado. Qual o intuito de o esconder? Será que tinham receio de que as pessoas se questionassem sobre a qualidade dos cuidados prestados? A ARS também entrou no jogo? Quando nesse tipo de lares existem problemas, porque não enviam os doentes para os hospitais privados? (...) E, perante isto, onde anda a Ordem dos Médicos, tão solícita e rápida a denunciar factos em Reguengos, e noutros casos a olhar para o lado? 

Mário Manuel Rodrigues dos Santos
Maia

O novo normal

Na capa do vosso jornal de hoje— “O novo normal” — contei nove máscaras no chão. Na minha marcha de hoje de cinco quilómetros, contei 47. Que diferença entre o tempo em que a DGS nos dizia para não a usar porque podia dar uma falta sensação de conforto. Fico na expectativa: vai o Partido dos Animais, mas também da Natureza, à semelhança do que fez com as beatas, fazer o mesmo com as máscaras? Que pegue num garrafão, o encha com máscaras e leve o garrafão ao plenário para propor uma lei qualquer — mais uma — que obrigue as pessoas a deitarem as máscaras no lixo. Mais importante do que as beatas porque, além de bulir com a natureza, é também um problema de saúde pública.

José Carlos Gomes Rebelo
Caparica

Sem máscara na televisão

A mesma RTP que informa e recomenda à população que tenha cuidados, como a utilização máscaras e a manutenção da distância social, põe no ar programas onde genericamente pivots, apresentadores e convidados não respeitam nada das recomendações oficiais, tendo caído até em desuso as videochamadas. Coisa antiquada. Pois claro! Esta infeliz realidade é partilhada por outras estações de televisão, no entanto exige-se à RTP uma prática exemplar (...).

Ana Nina
Albufeira

StayAway

Foi criada, por cientistas portugueses, e apresentada, bem, com pompa e circunstância uma aplicação para telemóveis que “o alerta se estiver em risco de contágio”, diz o anúncio promocional. Será para ser usada em Portugal e por portugueses. Porquê chamá-la StayAway..., uma aglutinação de duas palavras inglesas cujo significado uma larga maioria de portugueses nem sabe o significado? Porque não a apelidar simplesmente de “Alerta...”. Aquela nomenclatura irá penalizar a sua “descarga”. Não bastou o impensável e irreflectido, porque mortífero, novo acordo ortográfico para destruir a etimologia da palavra portuguesa, agora é comummente substituída por inglesismos e outros que tais. Ao secundarizarmos a nossa língua, o português, injustificadamente, aonde pretendemos chegar?

Manuel da Silva
Anadia

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