Piscinas de Lisboa ainda sem data para reabrir

Piscina do Casal Vistoso manter-se-á encerrada enquanto durar o apoio às pessoas sem-abrigo e a decisão sobre as restantes só será tomada na próxima semana.

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PAULO PIMENTA

Não há crianças a chapinhar, não há música a animar as aulas de hidroginástica e não há braçadas mais ou menos profissionais. Desde Março que a água das piscinas municipais de Lisboa não sabe o que é ter utentes e ainda é uma incógnita quando eles voltarão.

Tal como os teatros, museus e bibliotecas geridos pela Câmara de Lisboa e pelas juntas de freguesia, também as piscinas fecharam quando os portugueses se confinaram para impedir a propagação da covid-19. Só que, ao contrário de todos os outros equipamentos, não voltaram a abrir.

A autarquia, que actualmente tem sob a sua gestão directa apenas a piscina do Casal Vistoso, no Areeiro, diz que “não tem data prevista para reabrir” este equipamento, uma vez que o complexo desportivo está a servir há vários meses como centro de acolhimento a pessoas sem-abrigo. E assim deverá continuar nos próximos tempos.

As restantes piscinas municipais – Avenidas Novas, Oriente, Bairro da Boavista, Campo de Ourique, Restelo, Alfama, Alvito e Vale Fundão – estão sob gestão das juntas de freguesia ou de clubes com quem o município tem contratos. A decisão sobre a reabertura cabe às entidades gestoras.

Contactadas directamente as piscinas, as explicações são vagas ou contraditórias. Há quem aponte o recomeço das actividades para a segunda quinzena de Setembro, há quem garanta que é no início de Outubro. E também há quem se limite a admitir que ainda não há informação segura para transmitir. De acordo com uma fonte municipal, as juntas de freguesia agendaram uma reunião para 9 de Setembro em que vão tomar uma decisão conjunta sobre a data de reabertura.

Parece certo, no entanto, que já circulam orientações sobre como deverá ser a nova época. Medição de temperatura à entrada, circulação pelos percursos assinalados, desinfecção de mãos e sapatos e menos pessoas nos balneários e dentro de água são algumas medidas que outros municípios adoptaram e que Lisboa poderá seguir.

Dois dos vizinhos mais próximos da capital, Oeiras e Loures, reabriram as suas piscinas em Junho com novos horários e regras. Na Amadora e em Odivelas, pelo contrário, estes equipamentos continuam fechados. Mas Coimbra, Matosinhos, Leiria, Braga e Guimarães são cidades de grandes dimensões que já têm as suas piscinas abertas. Algumas desde o princípio do Verão.

Em Lisboa também há piscinas reabertas e três delas até são propriedade municipal. No Areeiro, nos Olivais e no Campo Grande, piscinas que a câmara concessionou a empresas privadas há alguns anos, já se pode nadar. A autarquia explica ao PÚBLICO que “estas piscinas têm autonomia, ao abrigo do contrato de concessão, para gerir os seus horários e períodos de funcionamento.” Reabriram “depois da autorização da DGS e fizeram-no cumprindo todas as regras e normas de protecção da saúde pública”, acrescenta o gabinete de comunicação municipal.

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