Há sete propostas para “revolucionar” a rede de transportes na Área Metropolitana de Lisboa

O concurso público internacional para a aquisição do transporte rodoviário da Grande Lisboa para os próximos sete anos terminou na terça-feira com sete propostas. Oferta aumentará 40% e península de Setúbal será a zona mais reforçada.

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Miguel Manso

Quatro lotes, sete propostas para concretizar a “revolução” nos transportes públicos rodoviários da Grande Lisboa. O concurso para a aquisição do serviço público de transporte rodoviário de passageiros lançado pela Área Metropolitana de Lisboa (AML) em Fevereiro recebeu sete propostas para os quatro lotes, desenhados para servir os 2,8 milhões de pessoas que vivem nos 18 municípios desta região nos próximos sete anos. 

O anúncio foi feito pela AML esta quarta-feira em comunicado, sem adiantar quem são os concorrentes. O PÚBLICO questionou esta entidade sobre quais são as empresas, e aguarda ainda uma resposta. 

Devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, o prazo para a apresentação das propostas acabou por ser alargado, tendo terminado na terça-feira. Segundo refere a AML em comunicado, o júri irá agora verificar a conformidade das candidaturas com as exigências do concurso, e demais obrigações legais, e apurar o vencedor de cada um dos lotes. As empresas vencedoras serão aquelas que apresentaram as propostas com melhor relação qualidade-preço (85% preço e 15% para a idade média da frota). 

Este concurso, que envolve 1,2 mil milhões de euros, vai substituir as concessões que estão actualmente em vigor. Envolve um reforço superior a 40% da oferta de autocarros, que passarão a ser todos iguais, amarelos, e vão operar todos com a marca Carris Metropolitana. Prevêem-se, por isso, mudanças na rede de autocarros na Grande Lisboa, reforço e modernização da frota para a tornar também menos poluente.

Para tal, as empresas de transporte puderam apresentar propostas para os quatro lotes em que a Grande Lisboa foi dividida – dois na margem Norte e dois na margem Sul do Tejo, sendo que as vencedoras não poderão deter mais de 50% da oferta, o que significa que só pode vencer mais do que um lote se um deles for o lote 4, que tem menor dimensão. As empresas terão um período transitório de dez meses para adaptarem toda a frota às exigências do concurso. 

Em Fevereiro, na cerimónia de lançamento do concurso, os responsáveis da AML apontaram que os novos autocarros deveriam estar prontos a circular em meados do próximo ano. No entanto, dado o alargamento do prazo do concurso, essa data deverá derrapar. 

Nessa ocasião, Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário da AML explicou aos jornalistas que as novas linhas estarão mais concentradas na margem sul. A península de Setúbal será “a mais beneficiada” com o alargamento da rede, porque é também a que tem uma oferta mais deficitária. Palmela é o concelho onde a oferta de autocarros será mais reforçada, mas também há “concelhos na margem Norte que terão um grande reforço, como Mafra”, notou então o responsável. 

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