Mais de 700 mil residentes ajudam a recuperar turismo em Julho

Turistas nacionais ainda confiam no Alentejo para passar férias, tendo apenas reduzido o número de dormidas em 6,6% face a Julho de 2019. Porém, Algarve continua a ser o destino de eleição em Portugal.

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Miguel Manso

O sector do alojamento turístico contabilizou um milhão de hóspedes, dos quais mais de 700 mil residentes, e 2,6 milhões de dormidas em Julho de 2020, a que correspondem quedas de 64% e 68% respectivamente, face ao período homólogo. O sector tem sido bastante afectado pela pandemia de covid-19.

Os dados, divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram uma ligeira melhoria face a Junho, em que foram registadas variações de -82% nos hóspedes e -85,2% nas dormidas.

Foram 719,3 mil os turistas residentes, um decréscimo de 32,7% em comparação com Julho de 2019. Apesar do decréscimo dos turistas nacionais, é dos turistas estrangeiros que o sector mais sente falta, uma vez que os hóspedes não residentes apresentaram uma diminuição de 82,8% face ao mês homólogo, com um total de 305,8 mil turistas.

Segundo o INE, as dormidas de residentes totalizaram 1,7 milhões, diminuído assim 31,3% face ao período homólogo, e as de não residentes 906,6 mil (menos 84,2%).

A nível regional, foi no Alentejo que o número de dormidas menos diminuiu, com um total de 267,7 mil dormidas em Julho (menos 25,8% do que no mesmo mês do ano passado). Destas, 222,9 mil foram de turistas residentes.

Apesar disso, o Algarve que continua a ser o destino preferido dos turistas nacionais e estrangeiros, tendo contabilizado um total de 1026,1 mil dormidas (uma redução de 65,7% face a Julho de 2019), das quais 636,9 mil de residentes. Segue-se a região Norte, com 467,9 mil dormidas (-60,1%), 320,1 mil de residentes. O Centro conta com 392,9 mil dormidas (-49,5%), 306,3 mil de residentes.

A região continental que apresentou a maior quebra foi a Área Metropolitana de Lisboa, com 328,8 mil dormidas (-82,5%), das quais 159,3 mil de residentes. Já os Açores e a Madeira contabilizaram 48 mil e 98,5 mil dormidas respectivamente (-84,6% e -86,8%), ajudados pelos residentes com 32,9 mil dormidas nos Açores e 45 mil na Madeira.

Em Julho, “27,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico terão estado encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (46,3% em Junho)”, indica o INE.

De notar que, em Julho, o corredor aéreo entre Portugal e o Reino Unido ainda estava fechado, tendo os turistas britânicos obrigatoriedade de fazer um isolamento de 14 dias ao voltar ao seu país. Este corredor foi aberto a 22 de Agosto e, desde então, as reservas têm vindo a aumentar. Houve uma diminuição de 92,2% do número de turistas do Reino Unido em Portugal por comparação com Julho de 2019. Ainda assim, as maiores reduções pertencem aos Estados Unidos (-95,3%), Canadá (-95,5%) e China (-95,5%).

Por outro lado, as menores reduções dos mercados emissores foram da Suíça (-67,5%), de Espanha (-72,2%) e da Bélgica (-72,4%). No caso de Espanha, fazer parte do grupo de países com menor redução é positivo, uma vez que, devido à partilha de fronteira, é o país que mais traz visitantes a Portugal, tendo em 2019 entrado no país 6,2 milhões de espanhóis. 

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