Covid-19 em Portugal: mais seis mortes e 401 infectados. Novos casos sobem há quatro dias

Há, esta sexta-feira, 13.703 casos activos em Portugal. Encontram-se internadas 334 pessoas (mais 17 do que na quinta-feira), das quais 38 em unidades de cuidados intensivos.

Portugal registou esta sexta-feira mais seis mortes e 401 casos de infecção pelo novo coronavírus, o que corresponde a um aumento de 0,7%. Este é novamente o maior número de casos diários desde 10 de Julho, depois de os números desta sexta-feira terem ultrapassado os 399 casos registados no dia anterior.

Desde 24 de Agosto que o número de novos casos tem vindo a subir. A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que é ainda “precoce” tentar explicar a subida do número de casos nos últimos dias, mas garante que “faz parte da dinâmica da infecção e há um aumento da actividade deste vírus em toda a Europa”. Um dos possíveis motivos é “a actividade normal das pessoas, incluindo turismo e emigrantes que vêm visitar as suas famílias”.

“Estes casos têm-se mais do que disseminado na comunidade e têm constituído surtos, muitas vezes familiares, surtos que são em instituições e surtos que são em empresas ou locais de trabalho. Serão as explicações para este aumento de casos, que não tem sido exponencial”, afirmou. “A nossa preocupação é não termos mecanismos, uma vacina, um medicamento. Não vamos conseguir ter casos zero, vamos ter aumentos e reduções, temos é de manter a situação controlada para o tal equilíbrio.” Ainda assim, a directora-geral da Saúde acautela que nada é certo: “Vamos ver os próximos dias para ver se esta tendência se mantém ou não.”

No total, contabilizam-se 1815 óbitos e 57.074 casos confirmados desde o início da pandemia em Portugal.

Dos 401 novos casos, 182 (45%) foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo e 166 (41%) na região Norte. Das seis mortes registadas nas últimas 24 horas, quatro foram identificadas em Lisboa e Vale do Tejo e duas no Norte. Os dados constam do boletim epidemiológico desta sexta-feira divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Recuperaram mais 199 pessoas relativamente ao dia anterior, contabilizando-se agora um total de 41.556 recuperados. Há uma semana, desde 21 de Agosto (quando se registaram mais 209 recuperados), que o aumento em 24 horas não era tão elevado.

Há, neste momento, 13.703 casos activos, mais 196 do que na quinta-feira — depois de subtraído o número de recuperados e de óbitos ao total de infecções.

Encontram-se internadas 334 pessoas (mais 17 do que na quinta-feira), das quais 38 em unidades de cuidados intensivos (mais três do que no dia anterior). Este é o maior aumento do número de internados em 24 horas desde 29 de Junho, data em que se registaram mais 31 pessoas internadas.

A faixa etária mais afectada em termos de mortes é a das pessoas com mais de 80 anos, sendo que quatro das vítimas mortais identificadas esta sexta-feira (dois homens e duas mulheres) pertenciam a este grupo. As restantes duas vítimas tinham entre 70 e 79 anos (um homem e uma mulher). A taxa de letalidade global em Portugal é de 3,2% e em pessoas infectadas com idades acima dos 70 anos é de 15,4%.

A região de Lisboa e Vale do Tejo é a que tem o maior número acumulado de casos confirmados até à data, com 29.514. Segue-se a região Norte, com 20.457, o Centro, com 4757 casos (mais 29 do que no dia anterior), o Algarve, com 1062 (mais dez), e o Alentejo, com 923 infectados (mais nove nas últimas 24 horas). O arquipélago dos Açores não registou nenhum novo caso nem vítima mortal esta sexta-feira, mantendo-se com um total acumulado de 208 casos e 15 mortes, e a Madeira contabilizou mais cinco infecções, num total de 153 infectados desde o início da epidemia.

A região com maior número de mortes por covid-19 é o Norte, registando um total de 848 óbitos. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 660, o Centro com 253, o Alentejo com 22 e o Algarve com 17 vítimas mortais.

Há 60 lares de idosos com utentes infectados

Existem 60 lares de idosos com utentes infectados com o vírus que causa a doença covid-19 (SARS-CoV-2). Ao todo, são 523 utentes e 224 funcionários com teste positivo. “Com estes números, não podemos descurar a segurança em nenhum momento nem em casa, nem em trabalho, nem de férias”, acautelou a secretária de Estado da Saúde, Jamila Madeira, na conferência de imprensa da DGS desta sexta-feira.

O número total de profissionais de saúde infectados até esta sexta-feira é de 4401, dos quais 3821 já estão recuperados, informou Jamila Madeira.

Durante o mês de Agosto, foram feitos em média 13.714 testes por dia e, desde Março (quando o vírus foi detectado em Portugal pela primeira vez), já foram feitas mais de 1,9 milhões de análises.

DGS estuda uso obrigatório de máscaras em crianças e locais públicos

Quanto ao uso obrigatório de máscaras, a DGS está “a revisitar as máscaras”, como o uso de máscaras em crianças e a utilização de máscaras em locais públicos. “Há espaços públicos que são frequentados por várias pessoas em simultâneo que podem ter um tratamento de um espaço público amplo e aberto, temos de ter noção do risco”, afirmou Graça Freitas. Implementam-se medidas de protecção da saúde pública, sim, “mas proporcionais ao risco”. E exemplificou: “Ir a uma rua movimentada de uma cidade é diferente do que passear o cão às dez da noite numa rua não movimentada. Temos de ter esse bom senso e proporcionalidade.”

A directora-geral da Saúde disse ainda que o regresso às aulas foi programado e que foi feito “um grande trabalho” pelo Ministério da Educação, mas é preciso abertura para rever normas e adaptá-las. “É normal que aquelas regras gerais que podem ser aplicadas em condições ideais podem ter que ser revisitadas para encontrar soluções alternativas. Uma coisa são as orientações, outra é a capacidade que há de operacionalizar essas orientações”, referiu Graça Freitas, argumentando que há “toda a disponibilidade” para rever casos e problemas que surjam com alunos e professores em grupos de risco.

Caso haja casos positivos em escolas, o objectivo é que exista um mecanismo de comunicação “célere” entre as instituições de ensino e as autoridades de saúde. “Está a ser feito um grande esforço nesse sentido, para quebrar cadeias de contágio e será também lançada uma campanha de comunicação”, explicou.

A directora-geral da Saúde esclareceu ainda que a situação de contingência em que Portugal entrará a partir de meados de Setembro se deve à retoma da “actividade social e lectiva” de muitos portugueses. “Vai haver um movimento social em massa que é a abertura das escolas”, diz. “Não podemos comparar, de forma alguma, ajuntamentos de pessoas em circunstâncias da nossa vida normal com o retorno à actividade lectiva. A retoma da actividade lectiva é essencial, por isso é que há tantas regras para minimizar o risco.”

Em todo o mundo, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins, a covid-19 já causou mais de 24,4 milhões de infectados e matou mais de 832 mil pessoas. Mais de 16 milhões já recuperaram.

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