Burlas com casas de férias: suspeito de liderar rede internacional em prisão preventiva

Homem de 30 anos está indiciado pela prática de um crime de associação criminosa, 673 crimes de burla qualificada, 40 crimes de falsidade informática e um crime de branqueamento. Foi detido pela Polícia Judiciária na quinta-feira.

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A Policia Judiciária já tinha detido 27 indivíduos implicados nesta burla, em Janeiro de 2019. fau fabio augusto

A Policia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica - UNC3T, deteve, na quinta-feira na Amadora um homem de nacionalidade romena, com cerca de 30 anos, por suspeitas de burlar cidadãos estrangeiros em mais de 1,4 milhões de euros.

O homem que está indiciado pela prática de um crime de associação criminosa, 673 crimes de burla qualificada, 40 crimes de falsidade informática e um crime de branqueamento, foi presente ao Tribunal de Instrução Criminal de Sintra, para primeiro interrogatório, tendo-lhe sido aplicada a medida de coacção de prisão preventiva.

Ao que o PÚBLICO apurou junto de fonte da PJ, entre Junho de 2016 e Janeiro de 2019, este homem foi um dos líderes de uma rede internacional que actuou em Portugal, com o objectivo de burlar pessoas com casas de férias que eram expostas na Internet para arrendamento.

Algumas dessas casas existiam, mas não estavam para arrendar, e o grupo fazia uso abusivo das imagens das moradias e apartamentos. Também usaram imagens de casas sem existência física no país.

Para ajudar no esquema, a rede recrutou pessoas que aceitavam ceder as suas contas para receber as transferências efectuadas pelas vítimas da burla, em troca de uma quantia monetária. São as chamadas Money Mules que serviam para branquear o dinheiro.

Já as vítimas eram na sua esmagadora maioria estrangeiros, residentes em Espanha, Alemanha, Áustria, República Checa, Holanda, Estónia, Finlândia, Suíça, Reino Unido, entre outros, que procuravam Portugal como destino de férias, segundo um comunicado da PJ.

A PJ já tinha detido 27 indivíduos implicados nesta burla, em Janeiro de 2019.

Foi essa operação que permitiu levar os investigadores até ao cidadão romeno, tendo sido depois a investigação direccionada para a sua detenção, uma vez que é suspeito de ser um dos lideres desta rede criminosa.

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