Comércio ilegal de resíduos de plásticos aumentou de forma alarmante, alerta a Interpol

Problema agravou-se desde que a China fechou as portas à reciclagem de importações em 2018, para proteger o seu próprio ambiente, seguindo-se a Malásia.

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Poluição plástica em zona costeira na Indonésia HOTLI SIMANJUNTAK/EPA/Lusa

A Interpol alertou esta quinta-feira que o comércio ilegal de resíduos de plásticos aumentou de forma alarmante nos últimos dois anos, tal como outras práticas criminosas, como incêndios em aterros ilegais na Europa e na Ásia.

Num relatório sobre as tendências emergentes do crime no mercado de resíduos de plástico, a organização internacional de polícia indica que tem havido um aumento das remessas ilegais de resíduos, desviados principalmente para o Sudeste da Ásia, através de vários países de trânsito, que permitem que seja camuflada a origem do lixo.

Ao longos dos anos a Interpol detectou também outros aspectos preocupantes na gestão global de resíduos, como documentos falsos e registos fraudulentos.

O relatório estabelece uma ligação entre redes criminosas e empresas legítimas de gestão de resíduos, usadas como cobertura para operações ilegais.

Um dos casos citados no documento refere-se ao homicídio, em 2019, do presidente da câmara de Signes, no Sudeste de França, enquanto tentava impedir que duas pessoas deixassem resíduos num aterro ilegal. Este caso, segundo a Interpol, “ilustra um tipo de violência tradicionalmente associada ao crime organizado”.

Desde que a China fechou as portas à reciclagem de importações, em 2018, para proteger seu próprio ambiente, houve um aumento de remessas da Europa e América do Norte para a Malásia. Entretanto, as autoridades malaias começaram, em Maio, o processo de devolução de quase quatro mil toneladas de resíduos plásticos para 13 países.

“A poluição global pelo plástico é uma das ameaças ambientais mais comentadas actualmente e a regulamentação adequada é extremamente importante para a segurança ambiental global”, refere a Interpol em comunicado. Equipas de investigadores policiais de 194 países estão a trabalhar para desmantelar as redes criminosas e a Interpol está a colaborar e a dar formação.

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