Autarca de Águeda protesta contra transferência de médico para urgência de Aveiro

Autarca de Águeda vai pedir explicações à tutela. Administração do Centro Hospitalar diz que foi preciso reforçar o serviço na capital da região e que o contrário já aconteceu.

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Paulo Pimenta

O caso foi denunciado por Jorge Almeida, presidente da câmara municipal de Águeda, que se prepara para pedir explicações à ministra da Saúde. Na madrugada de 21 para 22 de Agosto, a equipa de médicos que prestava serviço nas urgências do Hospital de Águeda foi chamada a reforçar o serviço da urgência do Hospital de Aveiro, sede do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV). O motivo? Faltavam médicos em Aveiro. A administração hospitalar diz que tratou-se de “uma situação pontual” e que a situação inversa também já ocorreu.

De acordo com o autarca, a indicação emanada a partir de Aveiro era para que “os dois médicos da urgência de Águeda se dirigissem para Aveiro”. “A sólida argumentação dos profissionais de Águeda impediu que tal acontecesse e apenas um dos clínicos se deslocou para Aveiro, mantendo-se a Urgência de Águeda em funcionamento”, refere o edil, questionando: “o que seria se alguém se sentisse mal e de repente chegasse ao Hospital de Águeda e não havia um único médico naquela urgência?”.

Para Jorge Almeida, este episódio só vem demonstrar a existência de “graves problemas nas urgências dos dois hospitais e na região, com falta de médicos disponíveis para prestarem estes serviços essenciais às populações, que terão que ser rapidamente esclarecidos e resolvidos”. Nesse sentido, assegura, já solicitou audiências urgentes à ministra da Saúde, presidente do Conselho de Administração do CHBV e presidente da Administração Regional de Saúde do Centro.

Da parte da administração hospitalar, surge a explicação de que a transferência foi decidida tendo por base dois pressupostos: o Serviço de Urgência Básica de Águeda “estava com afluência muito reduzida, encontrando-se os utentes presentes com o tratamento devidamente orientado”, enquanto o Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica de Aveiro “estava com uma afluência acima da média”.

A este cenário juntou-se também a “necessidade de transferir um doente para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra”, que “implicou o acompanhamento de um médico”. Ou seja, a equipa de Aveiro, “já de si diminuta em recursos”, ficou ainda mais reduzida. A administração do CHBV diz, em comunicado, que “tratou-se de uma situação pontual na sequência de uma enorme dificuldade em se contratar clínicos gerais nesta época do ano”.

No entender dos responsáveis máximos pela instituição que abrange os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, este episódio “releva uma das mais-valias da organização Centro Hospitalar”, permitindo “o trabalho em rede”. A administração do CHBV faz ainda questão de destacar o facto de “se poder verificar situação inversa, ou seja, em caso de necessidade, ocorrer transferência de clínicos de Aveiro para Águeda”, algo que “efectivamente já aconteceu”, é assegurado.

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