PGA Summer Pro-Am reúne craques nacionais no Algarve

Prova joga-se domingo no campo dos Salgados, em Albufeira, sob a égide da PGA de Portugal

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Ricardo Santos é um dos jogadores que abrilhanta a prova © Filipe Guerra

"A ideia surgiu de uma conversa informal com alguns jogadores que transmitiram-me a mensagem de que era necessário organizar um torneio para dar visibilidade e vitalidade à PGA de Portugal", disse Pedro Lima Pinto à Tee Times Golf, em exclusivo para Record. 

O administrador e diretor geral da Greatgolf é há vários anos o promotor do Solverde Campeonato Nacional PGA e meteu mãos à obra para organizar mais um evento: "Conversei com o presidente da PGA de Portugal, Nelson Cavalheiro, e com o presidente executivo do Grupo Nau, Mário Azevedo Ferreira. Em pouco mais de uma semana montámos o torneio. A adesão dos profissionais foi imediata e a dos amadores foi surpreendente. O torneio esgotou em menos de 48 horas".

O apoio imediato do Grupo Nau não surpreendeu por não ser inédito. Detentor de hotéis e de campos de golfe como os dos resorts turísticos do Morgado (Portimão) e dos Salgados (Albufeira), tem no golfe um setor vital. Por outro lado, Mário Azevedo Ferreira é golfista amador e percebe a importância de apoiar o ainda fraco golfe profissional português para que o país venha a ser uma potência desportiva e não apenas um destino turístico de luxo.

Aliás, quando em 2017 renasceu o Open de Portugal, a PGA de Portugal e a Federação Portuguesa de Golfe necessitaram de um parceiro forte e foi exatamente o Grupo Nau a avançar com investimentos de algumas centenas de milhares de euros para acolher o Open no Morgado Golf Course entre 2017 e 2019.

Neste caso, o que está mesmo é causa é a tal necessidade dos profissionais portugueses sentirem que continuam a ser apoiados pelos agentes económicos do golfe nacional num momento de crise. Sem esse apoio não conseguem ter carreiras como jogadores ou treinadores.

Depois de dez anos de uma presidência forte e marcante como a de José Correia, a PGA de Portugal tem uma nova direção desde setembro do ano passado e o presidente atual tinha previsto relançar em 2020 o PGA Portugal Tour, ou seja, o circuito profissional português, com a realização de uns quatro ou cinco torneios.

A pandemia travou os seus planos, primeiro porque houve uma fase em que não foi obrigatório cancelar todas as competições e depois porque alguns patrocinadores suspenderam os seus apoios.

Com enorme esforço, foi possível levar a cabo, com grande dignidade e a necessária segurança, o Solverde Campeonato Nacional PGA e o Mateus Rosé Pro-Am PGA, em julho, no Vidago Palace Golf Course. 

Mas há um mês que não havia qualquer atividade. Em 2020, para além de torneios da categoria Open havia inicialmente outros objetivos que tiveram de ser redefinidos por causa do contexto de pandemia.
"A PGA Portugal tinha planeado alguns Pro-Am em paralelo com o circuito. A situação atual baralhou um pouco esses planos, mas com a reabertura da competição alguns jogadores manifestaram o interesse em poderem jogar neste formato", explicou Nelson Cavalheiro.

"Com a colaboração da Greatgolf, que gere a carreira de alguns dos nossos melhores jogadores nacionais, tornou-se possível organizar este PGA Summer Pro-Am, no Salgados Golf Course, aproveitando o mês de agosto em que muitos golfista amadores estão de férias no Algarve. Estamos certos de que será um grande Pro-Am e, talvez quem saiba, nasça aqui um torneio de referência no Algarve para o futuro", acrescentou o presidente da PGA de Portugal.

Esta iniciativa segue-se ao anúncio desta semana de que o European Tour e a Federação Portuguesa de Golfe tinham decidido seguir um rigoroso Programa de Segurança e Saúde que proíbe o acesso de público aos dois torneios do European Tour no nosso país – o Portugal Masters e o Open de Portugal at Royal Óbidos.

Uma das consequências dessa decisão, que segue as indicações da Direção Geral de Saúde e do Governo, implica o cancelamento dos Pro-Am nos torneios portugueses do European Tour.

Ora, como sublinha Nelson Cavalheiro, «os Pro-Am são torneios únicos de algumas modalidades, por os amadores poderem jogar com os profissionais em contexto de torneio». É uma confraternização privilegiada e este ano, como se viu, a exclusividade é ainda maior por haver menos Pro-Am do que é habitual.

Um dos participantes do PGA Summer Pro-Am é Ricardo Santos, o português melhor classificado no ranking mundial, que no passado mês de julho sagrou-se vice-campeão nacional e que, em 2020, é um dos dois únicos portugueses com o estatuto de membro do European Tour, competindo na primeira divisão do golfe profissional europeu.

"É uma excelente iniciativa que permite aos jogadores nacionais apoiarem a PGA de Portugal. Para mim, é sempre um prazer apoiar a PGA de Portugal e, por isso, faço questão de estar presente. Permite-nos, também, mantermo-nos em atividade e preparar futuros torneios. O convívio com os amadores é, igualmente, importante porque ajuda a promover o golfe profissional", comentou o algarvio de 37 anos, que esteve em agosto em três torneios do "UK Swing" do European Tour.

Para além de Ricardo Santos, o PGA Summer Pro-Am atraiu a participação bem intencionada de outros nomes famosos do golfe nacional: Ricardo Melo Gouveia (membro do Challenge Tour); os atuais campeões nacionais, os irmãos Leonor e Tomás Bessa (respetivamente membros do Santander Golf Tour e do Alps Tour); o ex-bicampeão nacional de 2018 e 2019, Tomás Silva (membro do Alps Tour); o antigo bicampeão nacional de 2014 e 2015, Tiago Cruz (membro do Alps Tour); o vice-campeão nacional de 2019 e 3.º classificado este ano, Miguel Gaspar (membro do Alps Tour); o campeão nacional de 2009, António Rosado, que compete pela primeira vez em sete anos em Portugal, depois de uma carreira no Sunshine Tour sul-africano; Vítor Lopes (membro do Alps Tour); e três jogadores que têm competido no Pro Golf Tour, Tomás Melo Gouveia, Alexandre Abreu e Francisco Oliveira.

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