A vindima mais triste do nosso tempo

No campo não há espaço para moratórias ou tibiezas. Faz-se o que há a fazer, porque a seguir a uma colheita vem outra colheita e a terra abandonada é sinal de desistência e de morte.

Foto
Paulo Ricca

Começou a vindima. De onde escrevo, de frente para o Alvão e o Marão, vê-se uma névoa a cair sobre a montanha, anunciando um pouco mais de chuva. Ao fim de quase três meses de seca e calor, voltou a chover. Uma chuva miudinha e certinha, que se entranha lentamente na terra e nas veias das videiras, livrando-as da sede sufocante. O calor extremo sem chuva ou humidade não amadurece nada. “Azouga” a fruta, mirrando-a ou deixando-a com um sabor verdasco mesmo que pareça madura.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção