A Liga Europa continua a ser o salão de festas do Sevilha

Andaluzes conquistaram a prova pela sexta vez, mantendo um pleno invejável nas finais. As bolas paradas fizeram a diferença.

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Ainda está para nascer uma equipa capaz de derrotar o Sevilha na final da segunda competição de clubes da hierarquia da UEFA. Em Colónia, o Inter Milão bem tentou derrubar esse autêntico Adamastor da Liga Europa, mas o melhor que conseguiu foi fazê-lo oscilar ligeiramente, antes de se ver arrastado para o fundo (3-2). Seis presenças no jogo decisivo, seis títulos. É preciso dizer mais alguma coisa?

Na verdade, sim, apenas para explicar as circunstâncias em que o rei foi reconduzido no trono. Para o “onze” inicial, Julen Lopetegui escolheu Luuk de Jong para a posição nove, em detrimento de En-Nesyri, o que significa que a equipa ganhava em centímetros e referência de área o que perdia em mobilidade. E a aposta foi tremendamente acertada.

Antes de o ponta-de-lança holandês mostrar serviço, foi o goleador do lado oposto a dar nas vistas. Numa transição rápida, Lukaku levou Diego Carlos de arrasto e só foi travado em falta, já dentro da área. O belga encarregou-se do penálti e inaugurou o marcador (5’), fazendo o sétimo golo nesta edição da competição.

Impassível, o Sevilha manteve o ideário de posse, de circulação, de critério na variação do centro do jogo.  Com triangulações permanentes e um jogo rendilhado, levou a bola até ao corredor direito, para Navas cruzar e De Jong, oportuno, cabecear ao primeiro poste para o empate (12’).

Se quisesse retomar a vantagem, o Inter ia precisar de assumir o jogo e de o fazer com algum rasgo e mais ideias do que as que mostrou em ataque organizado. No habitual 3x5x2, com Lukaku e Lautaro Martínez a segurarem os centrais, faltou sempre um médio capaz de ir além do óbvio e provocar momentos de ruptura, em posse ou através do passe.

Esse médio, em bom rigor, estava do outro lado do campo. Ever Banega, aos 32 anos um absoluto tratado de futebol, colava a bola no pé e segredava-lhe instruções precisas, em jogo corrido e nos esquemas tácticos. Num deles, um livre sobre a direita em tudo semelhante ao que resultou no golo de Ocampos ao Wolverhampton, colocou a bola um pouco mais larga para De Jong, outra vez ele, a cabecear para o fundo das redes (33’).

O Sevilha dava a volta ao jogo e ameaçava arrancar para uma vitória segura, sem percalços. Só que o Inter respondeu depressa e bem, na mesma moeda: livre indirecto de Brozovic, cabeceamento de Godín à entrada da pequena área. 2-2, resultado com que se chegou ao intervalo.

Estava tudo em aberto para o segundo tempo e o regresso fez-se sem grande margem de risco, como será normal nestas circunstâncias. Acontece também que, em circunstâncias normais, este Sevilha estará sempre mais perto de marcar do que este Inter, mais especulativo, obcecado com as coberturas no corredor central e pouco capaz de ligar o jogo depois de recuperar a bola.

A dança das substituições (e Conte fez um três-em-um aos 78’, lançando Moses, Eriksen e Alexis) só começou, porém, depois do 3-2. Um golo que nasceu, claro está, de um livre indirecto. Marcado por quem? Banega, sim, que viu a bola ser sacudida uma vez e assistiu, surpreso, a um pontapé de bicicleta de Diego Carlos que Lukaku acabou por desviar para a própria baliza (74’).

O golo foi atribuído ao central brasileiro (desastrado, de resto, nos dois golos do Inter), mas o maior momento de arrependimento de Lukaku terá acontecido aos 65’, quando desperdiçou a hipótese de pôr os italianos em vantagem ao surgir isolado e ao perder o duelo com Bounou. 

Até ao final, a bola voltou a rondar a baliza do Sevilha, mas o destino já estava traçado. Independentemente do palco, a Liga Europa tornou-se o salão de festas dos andaluzes.

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