Pilates num trapézio? No Holmes Place, o “pilates moderno” é um regresso às origens

As aulas de Modern Pilates dos ginásios Holmes Place permitem experimentar aulas com os aparelhos criados por Joseph Pilates. As fãs destes tipos de exercício incluem a cantora Adele e Meghan Markle.

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As aulas de Modern Pilates são aulas individuais em grandes aparelhos Holmes Place

Quando se ouve “pilates”, é frequente pensar em aulas de grupo feitas em cima de um colchão em que basta o peso do corpo, equilíbrio, paciência e alguma flexibilidade para completar diferentes exercícios.

Só que durante a Primeira Guerra Mundial, quando o alemão Joseph Pilates começou a desenvolver o método (inicialmente apelidado de ‘Contrologia’) numa enfermaria, as actividades eram feitas em camas de hospital modificadas para incluir molas, barras e baloiços a que as pessoas podiam agarrar-se. Alguns exercícios, criados para ajudar as pessoas a recuperar força e a reaprender a controlar o corpo, obrigavam os doentes a ficar de pernas para o ar a baloiçar.

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Joseph Pilates (1883 - 1967), inventor e promotor do método de exercício, no seu estúdio, em Nova Iorque, por volta de 1960 Getty Images

Apesar de menos comum, estes exercícios continuam a ser realizados e o estúdio de pilates no ginásio Holmes Place, no Palácio SottoMayor, em Lisboa, é um dos sítios onde é possível experimentá-los. Em vez de camas de hospital, porém, há quatro grandes aparelhos de madeira que permitem adaptar a resistência e a intensidade do treino.

Fazem parte da modalidade de Modern Pilates e são essencialmente aulas individuais ou em grupos pequenos (até três pessoas) com os grandes aparelhos criados por Joseph Pilates. Além de exercícios com mais resistência externa, as máquinas podem ajudar os participantes com lesões ou com uma menor amplitude de movimento (em parte, devido a hábitos cada vez mais sedentários) a iniciar a prática.

“O trabalho desenvolvido é totalmente personalizado e direccionado para as necessidades e objectivos do sócio”, explica Inês Bouw, uma das instrutoras de pilates da cadeia de ginásios Holmes Place, que acompanhou o PÚBLICO numa aula experimental.

Nos últimos anos, celebridades como a actriz australiana Margot Robbie, a cantora Adele e a duquesa de Sussex Meghan Markle, têm surgido entre grandes fãs dos exercícios. Mas Inês Bouw sublinha que a modalidade é para todos. “[É] um excelente método para trabalhar não só ao nível do alto rendimento, mas também ao nível da reabilitação, ou seja, é um método para todas as idades que pode ser ajustado a todos os níveis de condição física”, explica Bouw que diz que tal como a versão de pilates mais conhecida (Matt Pilates, ou pilates de colchão) os exercícios focam-se todos “no desenvolvimento da musculatura profunda, aumento da consciência corporal e melhoria da postura”.

Um dos aparelhos disponíveis é o Spine Corrector Holmes Place
O estúdio tem quatro máquinas disponíveis, incluindo a Reformer Holmes Place
O estúdio tem quatro máquinas disponíveis Holmes Place
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Um dos aparelhos disponíveis é o Spine Corrector Holmes Place

O grande foco do pilates é o core ou powerhouse, no fundo, os músculos que estabilizam a coluna e são activados nos exercícios de Joseph Pilates. Embora muitos destes músculos não sejam tão visíveis, é importante trabalhá-los, nomeadamente, para prevenir lesões musculares e na coluna vertebral.

Para ajudar, o estúdio do Holmes Place no Palácio de SottoMayor tem quatro das máquinas de Joseph Pilates com diferentes objectivos. Há a Reformer (uma espécie de tapete que desliza para a frente e para traz numa estrutura presa com molas, em que o objectivo é resistir às molas), o Cadillac (lembra uma cama com armação para agarrar, um trapézio e fitas penduradas), a Wunda Chair (um tipo de cadeira criada para treinar equilíbrio e resistência muscular) e o Spine Corrector (um aparelho em forma de meia lua para treinar flexibilidade). 

O que fazer nas aulas?

Cada aula (entre 45 e 60 minutos) começa com uma pequena entrevista para perceber os objectivos, dificuldades e história do participante. Depois, há muito para fazer. Na sessão em que o PÚBLICO participou, por exemplo, o começo incluiu vários exercícios para levantar uma perna de uma espécie de cama (o Cadillac) sem a dobrar e sem curvar a coluna, e no final estava-se com os pés apoiados num trapézio e as mãos a agarrar os pilares da cama e a empurrar o corpo para cima para fazer uma flexão (há um instrutor sempre por perto a ajudar). Trata-se do “final tradicional” de uma aula de pilates de aparelho – um desafio divertido que (com ou sem ajuda) prova que se tem o controlo do corpo.

“Além do desenvolvimento das capacidades físicas, [o Modern Pilates] actua também na prevenção de lesões, no aumento da concentração e da memória, na redução do stress e melhoria da auto-estima”, frisa Bouw.

As aulas na cadeia Holmes Place são um serviço adicional ao ginásio e variam entre os 50 e os 60 euros por sessão para aulas de 45 ou 60 minutos. As mensalidades da cadeia começam a partir dos 52 euros, com a modalidade de Modern Pilates disponível nos clubes de Palácio Sottomayor, Alvalade, Cascais, Amoreiras, Miraflores, Quinta da Fonte e Avenida Defensores de Chave. 

Outros estúdios de pilates com grandes aparelhos em Lisboa incluem o Shift You, que permite realizar aulas personalizadas a partir dos 200 euros por mês (sem fidelização) ou 160 euros por mês (com fidelização), e o stúdio Pilates Filipa Mayer, que disponibiliza aulas para pequenos grupo a partir dos 110 euros por mês e aulas personalidades a partir dos 60 euros por sessão.

O PÚBLICO experimentou a aula a convite do Holmes Place.

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