Para Elie Saab, o designer de luxo libanês, o caminho é em frente depois da destruição

A sede da empresa e o atelier ficaram muito danificados, assim como a casa do designer, a poucas centenas de metros do porto, foi destruída pela explosão de 4 de Agosto.

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Elie Saab começou a sua "griffe" em 1982, em plena guerra civil Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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Os escritórios da marca epónima ficaram destruídos Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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A casa do designer sofreu com a explosão no porto de Beirute Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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O criador de roupa de luxo tem uma colecção para apresentar no próximo mês, em Paris Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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Sobre uma mesa está um disco do cantor Fairouz, “Lebanon Forever”, partido ao meio Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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O criador com o filho Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS

A explosão de 4 de Agosto, no porto de Beirute, pareceu-lhe uma eternidade, em vez de apenas alguns minutos, confessa o designer de alta costura Elie Saab. Foram minutos em que a sua preocupação foi a de garantir que os seus 200 funcionários, incluindo o seu filho, estavam todos seguros.

“Eu vi meu filho coberto de sangue, não queria acreditar. Pensei: ‘OK, ele está ferido, mas está tudo bem, foram apenas uns cortes na cabeça e nos braços’”, recorda Saab, acrescentando que “foram 15 minutos que pareceram dois dias”. “Não foi apenas porque é uma coisa de pai e filho, foi porque todos trabalhamos juntos como uma família sob o mesmo tecto.”

A explosão matou 178 pessoas, feriu seis mil e danificou bairros inteiros da capital do Líbano. No caso do designer, a sede da sua empresa e o atelier ficaram muito danificados, assim como a sua casa, a poucas centenas de metros do porto, foi destruída. A explosão destruiu as lojas e ateliers de pelo menos dois outros designers, Zuhair Murad e Rabih Keyrouz, este último ficou gravemente ferido.

Saab conhece bem a destruição, mas essa nunca o fez parar. O designer começou a sua casa em 1982, no auge da guerra civil do Líbano (que ocorreu entre 1975-1990), e esta explosão veio reavivar essas memórias, confessa. “Era o mesmo cheiro, a mesma poeira, os vidros estilhaçados. Sinceramente, não queríamos reviver isso e não era necessário”, conta. ”Este é um grande revés, mas temos de ser como Beirute — a cidade que sacode a poeira e volta a ser como era antes”, consciencializa-se o artista.

A equipa de Saab planeia voltar ao trabalho já nesta quinta-feira, pois há prazos para cumprir, como os preparativos para o regresso a Paris, em Setembro. “Temos de continuar em frente... Não nos convém, como libaneses, desistir”, declara Saab. “Essa é a parte factual, mas a maior perda são as pessoas que não podemos trazer de volta”, lamenta.

O empresário já está a pensar na reconstrução da sua casa, com os seus tectos altos, arcos, colunas de mármore e azulejos com motivos árabes. Por enquanto, o entulho e a poeira estão por toda parte. Sobre uma mesa está um disco da cantora Fairouz, Lebanon Forever, partido ao meio. 

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