Bayern Munique, o finalista imperturbável

Lyon ainda colocou os alemães em apuros, mas a resposta foi contundente. No domingo, os bávaros vão disputar a terceira final da década.

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O que teria acontecido na segunda meia-final da Liga dos Campeões se Depay tivesse aproveitado o lance em que surgiu isolado, aos 4’? Ou se Toko-Ekambi, em vez de ter acertado no poste, tivesse feito golo, aos 17’? Nunca teremos resposta para estas perguntas, mas essas incidências dizem tanto sobre o Lyon como dizem sobre o Bayern Munique. Os bávaros, mesmo nos momentos em que foram acossados, mostraram-se imperturbáveis e ripostaram com uma qualidade acima de qualquer suspeita, vencendo por 0-3 e lançando um aviso sério ao Paris Saint-Germain para o encontro decisivo de domingo.

Rudi Garcia, treinador do Lyon, estava mais do que avisado para as jogadas de réguas e esquadro que saem dos pés de Thiago Alcântara e para as triangulações promovidas com Goretzka e Müller na faixa central. Por isso, no 5x4x1 que preparou em organização defensiva, privilegiou a cobertura do espaço interior. Uma estratégia que começou por resultar: uma recuperação de bola de Caqueret permitiu deixar Depay na cara de Neuer, com o remate a sair ao lado.

A primeira ameaça não toldou a lucidez do Bayern e a segunda também não, quando Toko-Ekambi aproveitou a profundidade (uma arma recorrente dos franceses nos primeiros 20 minutos), rasgou pela área alemã, puxou para o pé esquerdo e testou a solidez do poste.

Duas oportunidades flagrantes desperdiçadas frente a um rival da envergadura do Bayern é meio caminho andado para uma bofetada de luva branca. No lance seguinte, ela chegou mesmo, graças a uma jogada individual soberba de Gnabry, que rasgou da direita para o centro sem que ninguém o conseguisse desarmar e chegou à entrada da área em condições de rematar. Pé esquerdo na bola e 0-1 para os alemães.

Ficava, mais uma vez, à vista uma das melhores qualidades do Bayern, o carácter imperturbável dos seus jogadores, a capacidade de manterem a ideia de jogo em contextos de maior aflição. E foi precisamente porque continuram a circular a bola à largura, no habitual 4x2x3x1 em ataque organizado, que chegaram com naturalidade ao 0-2: bom cruzamento da esquerda, falhanço improvável de Lewandowski à boca da baliza e emenda oportuna de Gnabry, uma das figuras da prova.

Ao intervalo, promoveu uma dança de brasileiros no meio-campo (Bruno Guimarães por Thiago Mendes), mas o Lyon só conseguiu voltar a pôr as garras de fora com a troca de Depay por Dembélé. Toko-Ekambi, porém, parecia alérgico aos golos e falhou em frente a Neuer, uma vez mais — tal como Perisic tinha visto, no lado contrário, Anthony Lopes negar-lhe o golo, aos 50’.

A partir da hora de jogo, intensificaram-se as jogadas de xadrez a partir dos bancos e o Lyon mudou o sistema para 4x4x2, aproveitando a polivalência de Cornet, no corredor esquerdo. O Bayern começou por refrescar as alas (entraram Coman e Coutinho) e mais tarde o miolo (com a dupla francesa Pavard e Tolisso), recuperando a intensidade que entretanto perdera.

Depois de mais um par de ocasiões de perigo, a que o Lyon respondia já quase em exclusivo através das iniciativas individuais de Aouar, um criativo para outros voos, as contas ficaram fechadas com o golo da praxe. De Lewandowski, pois claro. Livre indirecto de Kimmich do lado direito, cabeceamento perfeito do polaco para o 15.º golo pessoal (em nove jogos) nesta edição da Champions — está agora a dois golos do recorde de Cristiano Ronaldo.

Faltavam dois minutos para o fim e a missão do Bayern estava cumprida. Uma vitória confortável nos números e sempre escudada numa identidade que, para Hans-Dieter Flick, parece inegociável. No domingo, os bávaros disputam, diante de um estreante, a terceira final da Champions nesta década.

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