Com meias e chuteiras apenas: alemães jogam futebol nus contra a corrupção

Protesto pensado por artista pretende alertar para a influência do dinheiro e dos “falsos ideais de beleza” no mundo do futebol.

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Alexander Hassenstein / GETTY IMAGES

Há várias formas de inovar num protesto. Cartazes diferentes, cânticos criativos, uma miríade de diferentes maneiras de reivindicar. Na Alemanha, duas equipas decidiram jogar completamente nuas para protestar contra a corrupção no futebol.

O jogo decorreu no domingo, 16 de Agosto, em Oer-Erkenschwick, no Stimberg Stadium. A ideia partiu de um artista de 34 anos, Gerrit Starczewski, que quis fazer uma acção contra o sistema “doente” do futebol. Os jogadores usaram apenas meias, chuteiras e os números pintados nas costas com spray.

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Segundo contou Starczewski à revista desportiva alemã 11Freunde antes do jogo, a nudez simboliza, neste caso, a ausência de qualquer empresa ou marca que possa financiar o futebol. “Toda a gente quer autenticidade. Mas acho que somos apenas particularmente autênticos se o fizermos sem nada, realmente nada, desde mensagens publicitárias a roupa”, disse Starczewski, que já promoveu outros protestos semelhantes com nudez.

O artista também fundamentou que a sua mensagem também procura alertar para a superficialidade do futebol, tanto do lado das marcas de roupa e cosméticos, entre outras, que financiam o desporto, como também da pressão existente nos jogadores para serem esteticamente “perfeitos”. “Com as minhas acções nuas, eu também quero marcar um exemplo de diversidade e naturalidade contra a dependência e a influência das redes sociais e falsos ideais de beleza. Tudo tem de ser perfeito, e no final tem tudo a ver com comercialização.”

O protesto na Alemanha surge depois de autoridades suíças lançarem uma investigação contra a FIFA, organismo que dirige o futebol a nível mundial, por acusações de corrupção. No final de Julho, foi aberto um processo criminal contra o presidente da FIFA, Gianni Infantino, devido a alegações de abuso de um cargo público, quebra de sigilo oficial, assistência a criminosos e incitação à prática de crimes.

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