No alto da Serra da Estrela, o essencial é o que não se vê

À maior área protegida do país não faltam atractivos em qualquer época do ano. Mas os seus habitats mais sensíveis podem parecer pouco importantes e passar despercebidos aos visitantes, daí ser tão importante que não os danifiquem.

A Torre já se avista ao longe quando o carro que nos serve de guia pára à nossa frente. O dia queima, mas ali, a cerca de 1700 metros de altitude, a Serra da Estrela oferece uma brisa mais fresca, que atenua um pouco o calor que se sentia ainda há menos de uma hora, algumas centenas de metros mais abaixo. Jacinto Diamantino, director das Áreas Classificadas da Região Centro do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), dirige-se para um terreno arenoso, protegido do acesso de automóveis por pequenas estruturas em pedra. “Isto parece um local degradado, não é? Já foi o regabofe dos anos 1980, depois o parque foi criando estes dispositivos para impedir que as pessoas entrem. Porquê, num sítio sem grande importância? Na realidade, isto é um habitat prioritário, da Rede Natura 2000. É único”, diz.

Nenhum visitante que se dirija ao Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) para se encantar com as suas paisagens extraordinárias perderia um minuto que fosse ali. E Jacinto Diamantino até nem se importa que assim seja, dada a importância e sensibilidade do terreno em causa. Mas, por outro lado, o desconhecimento da importância de um local como este, mesmo ali à face da estrada nacional 339, que sobe de Seia até à Torre, pode contribuir para a sua degradação. Pelo que, mesmo que não saia do PNSE a suspirar pela paisagem deste terreno de aspecto seco e arenoso, pontuado por rochas e alguma vegetação, é bom que saiba que está perante uma das grandes riquezas da serra.

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