O antigo piloto de Fórmula 1 Mário de Araújo “Nicha” Cabral morreu na madrugada desta segunda-feira, aos 86 anos, confirmou fonte próxima da família à agência Lusa.

O portuense poderia ter tido uma carreira diferente no desporto, se uma lesão num pé não o tivesse afastado da ginástica, ainda jovem. Foi, de resto, relativamente tarde na vida que passou a dedicar-se ao automobilismo, iniciando-se pela via dos ralis, em 1955, com 21 anos.

A entrada de Nicha Cabral na Fórmula 1 não tardou muito. Quatro anos depois, foi no Grande Prémio de Portugal, então disputado no circuito de Monsanto, que se estreou na modalidade, com um 10.º lugar alcançado aos comandos de um Cooper-Maserati.

No total, foram cinco as provas em que participou no calendário da Fórmula 1: repetiu a presença no Grande Prémio de Portugal, em 1960, desta vez no circuito da Boavista, correu duas vezes na Alemanha (1963 e 1964) e uma em Itália (1964).

Nicha Cabral manteve-se na competição a alto nível até 1974, experimentando outras variantes do automobilismo. Numa delas, a Fórmula 3, sofreu em 1965 um acidente violento que o obrigou a parar durante mais de um ano, para regressar ao activo no Circuito de Montes Claros, em Lisboa.

Aos 86 anos, o antigo piloto e empresário têxtil morreu no Hospital de São José, em Lisboa, onde estava internado, vítima de doença prolongada. As cerimónias fúnebres serão restritas devido à pandemia de covid-19.