F1: Lewis Hamilton volta às vitórias sem rivais

Campeão mundial liderou de início a fim o Grande Prémio de Espanha, com a Mercedes a resolver os problemas de pneus. Kimi Räikkönen destronou Alonso com recorde de quilómetros percorridos na F1.

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LUSA/Bryn Lennon/ Pool

Lewis Hamilton (Mercedes) venceu este domingo a 50.ª edição do Grande Prémio de Espanha, sexta prova do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, alcançando a 88.ª vitória da carreira e reforçando assim a liderança do Mundial de pilotos.

O britânico cumpriu as 66 voltas em 1h31m45,279s (menos 24,177s que o segundo) e soma agora 132 pontos, à frente de Max Verstappen (Red Bull), com 95, que cortou a meta depois do inglês, e de Valtteri Bottas (Mercedes), 89 pontos, já que o finlandês fez a volta mais rápida (com 1m18,183s) e garantiu o 50.º pódio. 

Com uma estratégia semelhante no que diz respeito aos pneus - Mercedes e Red Bull dispunham exactamente do mesmo conjunto, tendo partido ambas com macios -, a maior pressão sobre os “flechas” de Hamilton e Bottas consistia numa partida que permitisse manter as posições conquistadas na qualificação até à primeira curva do circuito da Catalunha, que celebrou três décadas de Fórmula 1 nos 50 anos do Grande Prémio de Espanha.

Mas a 68.ª dobradinha da Mercedes na formação inicial acabou por desfazer-se com Valtteri Bottas a cair duas posições, impotente para impedir as ultrapassagens de Max Verstappen (Red Bull) e Lance Stroll (Racing Point), que largaram do lado esquerdo (limpo) da pista.

Sem incidentes, nem safety car à vista, Hamilton distanciou-se o suficiente para controlar as intenções de Verstappen, aguçando o apetite da Red Bull, que partiu com um motor novo para esta corrida. O segundo e meio de diferença entre os dois primeiros ainda animou os engenheiros “austríacos”, que depois de em Silverstone terem pedido ao piloto holandês que não acompanhasse o ritmo dos Mercedes para não castigar demasiado os pneus, deram a dica ao vice-líder do Mundial de pilotos (à partida para este GP).

Mas mais uma vez, a percepção de Verstappen estava correcta, ao responder que a diferença verificada era pura estratégia de Hamilton, que conduzia como uma avó - “super devagar” - pelo que desta vez seria mais avisado gerir os macios (C3) e vigiar a instabilidade da traseira do Red Bull.

Entretanto, Bottas recuperava o terceiro lugar e Hamilton esticava a diferença, enquanto a Red Bull testava os pneus duros no carro de Alex Albon, chamando pouco depois Verstappen para apostar numa estratégia de médios.

As primeiras paragens não alteraram - apesar do ligeiro “atraso” de Hamilton nas boxes - não alteraram a “hierarquia” da corrida, com Hamilton a regressar à pista 4,1 segundos à frente de Verstappen, que passou a ter Bottas a 3,7s, num cenário em que os Mercedes estavam mais rápidos, levando Verstappen a admitir que o importante era centrar-se na própria corrida.

Sem grandes motivos de interesse na frente, Alex Albon ia animando a corrida com algumas ultrapassagens por fora, que começam a ser a imagem de marca do tailandês. Mas o que verdadeiramente agitou os pilotos foi a repentina ameaça de chuva. Verstappen deu o alarme, avisando que em determinados sectores começava a ver tudo um pouco mais negro.

A Ferrari lançou uma previsão de chuva para as últimas 16 voltas, mas Charles Leclerc nem sequer esperou para ver, entrando em pião na gincana, protagonizando a primeira desistência da corrida a 25 voltas do final e a primeira do francês por problemas mecânicos em 27 Grandes Prémios, com uma falha do motor.

Um pouco antes, aplausos para o finlandês ex-campeão mundial Kimi Räikkönen, a estabelecer um recorde ao completar a 37.ª volta, garantindo um acumulado de 83,846 quilómetros na Fórmula 1, distância superior a duas voltas em torno do planeta, destronando o espanhol Fernando Alonso.

 A 20 voltas do final, já com Verstappen a cumprir a segunda paragem para “refrescar” os pneus médios e Bottas a assumir o segundo lugar (a quase 16 segundos de Lewis), apenas quatro pilotos seguiam na mesma volta do líder, com Sergio Pérez (de regresso à competição na Racing Point) a quase 50 segundos do inglês. 

As previsões da Ferrari não se confirmaram e Sebastian Vettel, que ascendeu do 11.º ao 5.º posto, optou por continuar em pista com os macios no limite, acabando por cair para sétimo quando tinha Sergio Pérez na mira, já que o mexicano sofreu uma penalização de cinco segundo quando foi dobrado por Hamilton.

A próxima prova decorre na Bélgica, dia 30 de Agosto, com alterações nos regulamentos. 

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