Lyon deixa City em estado de alerta no último duelo dos “quartos”

Depois da festa em Turim, franceses querem voltar a surpreender em Lisboa, onde Bernardo Silva promete ser um mau anfitrião. Guardiola só pede aos ”citizens”para serem iguais a si mesmos.

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Guardiola espera poder atingir a meia-final para alimentar o sonho de vencer a terceira Champions Reuters/POOL

Manchester City e Lyon pretendem fechar esta noite, em Alvalade (20h), com chave de ouro os quartos-de-final da “final a oito” da Liga dos Campeões, cientes de que uma eliminatória discutida num só jogo pode ser suficiente para destruir egos e teses de favoritismo.

Apesar da experiência menos feliz na única vez que o Manchester City se cruzou com o Lyon, na Liga dos Campeões, os ingleses não devem prender-se a reminiscências, ainda que frescas, neste duelo com os franceses, um adversário que reclama créditos pela eliminação da Juventus de Ronaldo e que tenta salvar a face na Europa depois de uma época pungente na liga caseira.

A derrota (1-2) no Etihad e o empate (2-2) dos ingleses frente ao Lyon, na fase de grupos da edição que coroou o Liverpool de Klopp, na última Champions, elevam o nível de alerta imposto por Pep Guardiola, que há três anos foi surpreendido pelos também franceses do Mónaco de Leonardo Jardim e Bernardo Silva nos oitavos-de-final. Na inversa, o Lyon apresenta equilíbrio nos duelos com equipas inglesas, com a particularidade de nunca ter sido feliz em fases a eliminar.

Agora, é a vez de os franceses temerem o futebol de Bernardo, que antecipadamente pediu como prenda do 26.º aniversário, completado na segunda-feira, precisamente a vitória do City na final da Luz, na cidade onde cresceu e revelou ao mundo. 

Mas, com a qualificação para as meias-finais da prova milionária dependente de um único jogo, as regras mudam ligeiramente. O próprio Lyon terá consciência de que se o apuramento para a “final a oito” estivesse dependente do último encontro com a Juventus (a primeira mão foi disputada em Fevereiro), seriam os italianos a ir a jogo com os citizens.

Felizmente para o Olympique Lyonnais do internacional português Anthony Lopes, o bis de Cristiano garantiu apenas a vitória da Juve, mas foi curto para desempatar a eliminatória (2-2). 

E se Guardiola enfatiza os argumentos do adversário, invocando a eliminação da “favorita” Juventus, também Rudi Garcia, técnico do Lyon, pode contrapor o feito dos ingleses, “imperiais” nos dois confrontos com o Real Madrid, dono de 13 “orelhudas”.

Mas há mais em comum nesta luta que destruirá, no imediato, o sonho partilhado por Lyon e Manchester de conquistarem pela primeira vez na respectiva história uma Liga dos Campeões. Um deles descobrirá esta noite quão tortuoso pode ser o caminho do sucesso. 

O técnico espanhol até nem precisa que lhe apontem o rumo certo, já que de todos os treinadores ainda em prova é o único que levantou por duas vezes o troféu, ambos ao serviço do Barcelona (2009 e 2011) e ambos frente ao Manchester United. 

“Começa outra competição: a fase final. Estamos preparados para dar tudo e conseguir uma prestação melhor do que a de há dois anos”, anotou um Pep Guardiola (aludindo ao embate com o Lyon) “orgulhoso dos jogadores” que comanda e consciente de que é, mais do que nunca, crucial “evitar cometer erros”, até porque “cada jogo é uma final” e o favoritismo expressa-se melhor a duas mãos.

Consciente do peso de um confronto que abrirá as portas à mais dura meia-final, Rudi Garcia só espera poder ter todos os jogadores disponíveis, apostando “na força do colectivo, contra as individualidades”. “Pouco importa o sistema. Fundamental é a vontade dos jogadores”, declarou, projectando “um ataque perigoso e eficaz”.

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