A viagem do orangotango pelo Sudeste Asiático

Este é um grande desafio, mas o maior desafio que lhe lançamos é o de conhecer e contribuir para a sobrevivência do Orangotango-de-sumatra, uma espécie em vias de extinção. Dia 19 de Agosto celebra-se o Dia do Orangotango e o Jardim Zoológico convida-o a conhecer melhor este primata, através de uma viagem pelo Sudeste Asiático.

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D.R.

O Orangotango-de-sumatra balanceia-se entre as árvores do Jardim Zoológico, é certamente uma das suas figuras mais carismáticas. Com os seus longos braços, atira-se de ramo em ramo em movimentos certeiros. Observando este grande primata, originário do Sudeste Asiático, custa a crer que possa estar perto da extinção: segundo a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), esta é uma das espécies criticamente em perigo.

No Jardim Zoológico, a conservação é a principal missão e todos nós podemos contribuir para essa missão, como o faz a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que apadrinha esta espécie há mais de 10 anos.

O Dia Mundial do Orangotango celebra-se a 19 de Agosto, para assinalar a data e relembrar a importância de protegermos o nosso mundo, o Zoo preparou um peddy-paper que dará a conhecer algumas das espécies cuja sobrevivência está mais ameaçada, numa espécie de “viagem” pelo Sudeste Asiático.

Conhecer o Sudeste Asiático através das suas espécies animais

A viagem começa nas florestas tropicais do Sudeste Asiático, o local a que o Orangotango-de-sumatra chama “casa”, assim como muitas outras espécies. Deixe-se guiar por estas florestas extraordinárias e fique a saber mais sobre o Orangotango-de-sumatra e outros animais que habitam essa região do globo.

Mas a viagem não se fica por aqui, contempla ainda uma paragem na exposição “Quebra o Silêncio - Pelas aves de canto”, que mostra as aves que habitam nestas florestas. A campanha internacional com o mesmo nome da exposição, lançada pela EAZA (Associação Europeia de Zoos e Aquários) tem como intuito alertar para a eminente extinção de várias espécies de aves de canto, no Sudeste Asiático.

Os números falam por si: só na Indonésia, são capturadas mais de 1,3 milhões de aves de canto por ano. Segundo dados das Nações Unidas e da INTERPOL, o tráfico de animais selvagens é o 4º negócio ilegal mais lucrativo do mundo, ameaçando a vida destas espécies.

Desde 2018 que o Zoo participa neste projecto, agora também com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. É através destas parcerias e do contributo de todos nós que “jardins zoológicos, aquários, parques e reservas da vida selvagem assumem actualmente um papel fundamental” para a sobrevivência das espécies em vias de extinção. Verdadeiras “Arcas de Noé” pode ler-se também na página do Jardim Zoológico dedicadas à conservação, investigação e educação. Só assim, e através da sensibilização da comunidade para a importância da biodiversidade e da conservação das espécies e dos seus habitats naturais, é possível conservarmos a Natureza e o Planeta.

O orangotango, o nosso amigo ruivo 

Da família dos grandes primatas, o orangotango é o único que não vive em África. Apesar de serem animais solitários, mães e crias mantêm-se ligadas durante muito tempo: chegam a amamentar até aos 3 ou 4 anos e as crias dependem das progenitoras até perto dos 6 anos. O habitat natural do orangotango - que pode chegar aos 90 quilos - são as ilhas de Sumatra e de Bornéu. No entanto, a exploração intensa da floresta, sobretudo para a produção do óleo de palma, e o aumento da caça ilegal de animais selvagens nos últimos anos ameaçam de forma crítica a sobrevivência desta e de outras espécies no Sudeste Asiático.​

Publicada a Abril de 2020, a entrevista do fotógrafo belga Alain Schroeder ao P3 retrata bem a importância da manutenção dos Orangotangos-de-sumatra e das espécies que estão em vias de extinção. O testemunho de Schroeder transmite bem a importância da conservação da biodiversidade - é a essa mesma missão que o Zoo se dedica diariamente, cuidando das espécies que acolhe e apostando em investigação científica e programas de conservação do habitat natural.

Jardim Zoológico: 136 anos a proteger a vida animal

136 anos depois, aquele que foi o primeiro parque com fauna e flora da Península Ibérica, o Zoo acolhe cerca de 2000 animais de 300 espécies diferentes. A missão, essa, continua a ser a mesma: desenvolver um parque zoológico e botânico que funcione essencialmente como centro de conservação, reprodução e reintrodução de espécies em vias de extinção. A aposta em programas de conservação e na investigação científica, ao mesmo tempo que promove actividades pedagógicas, fazem do Jardim Zoológico uma referência.​

Durante o período de confinamento, o Zoo soube reinventar-se e “encerrar de portas abertas”, tal como sugere o mote que serviu para promover as actividades pensadas para o tempo atípico que vivemos nos últimos meses. Aproximar as pessoas dos animais através de “janelas virtuais” foi o que o Jardim Zoológico procurou fazer. “Uma oportunidade de investigar os mistérios da vida selvagem” e de os “visitantes” se transformarem em “verdadeiros guardiões da natureza”. A proposta, implícita em toda a programação, contemplou a dinamização de conversas com biólogos sobre temas como a conservação e a biodiversidade, a publicação de vídeos com curiosidades sobre animais e plantas e actividades lúdicas durante as férias da Páscoa. Desde a reabertura, a 8 de Maio, que miúdos e graúdos podem voltar a contactar de perto com os coabitantes da Terra, aprendendo mais sobre cada espécie, a importância da sua conservação e a manutenção da biodiversidade para o equilíbrio do planeta. Além disso, cada visita contribui para o fundo de conservação do Zoo.

Visite o Jardim Zoológico em segurança, conheça as medidas de segurança neste vídeo.