Consórcio desenvolve sistema de ar condicionado automóvel com ruído reduzido

Os novos aparelhos devem integrados na próxima geração de automóveis eléctricos e ajudar pequenas e médias empresas a proliferar.

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As simulações dos ventiladores serão feitas no Laboratório de Computação Avançada da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra NELSON GARRIDO

Uma equipa de investigadores portugueses está a trabalhar em ventiladores para reduzir “substancialmente” o barulho dos sistemas de ar condicionado nos carros. Devem ser integrados na próxima geração de automóveis eléctricos. 

O projecto, que foi apresentado esta quarta-feira, é da responsabilidade do TOOLING4U um consórcio formado Universidade de Coimbra (UC) e do Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (CENTIMFE), da Marinha Grande. Foi criado para fornecer produtos para o sector automóvel, mas também dispositivos médicos e material de aeronáutica.

A missão mais recente é “suportar uma empresa nacional no desenvolvimento de ventiladores inovadores que reduzam substancialmente o ruído dos sistemas de ar condicionado automóvel”, explica a Universidade de Coimbra numa nota enviada hoje à agência Lusa.

Segundo o comunicado no site da universidade, o TOOLING4G é “o primeiro projecto português” com a “chancela da iniciativa SHAPE da rede europeia PRACE (Partnership for Advanced Computing in Europe)”, que tem por missão fornecer às pequenas e médias empresas (PME) europeias “a experiência necessária para beneficiarem das possibilidades de inovação criadas pela computação de alto desempenho, aumentando assim a sua competitividade”.

O projecto de investigação deverá mostrar que a a computação de alto desempenho pode trazer grandes benefícios para as PME.

As simulações dos ventiladores serão feitas no Laboratório de Computação Avançada da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra, “usando os sistemas de computação avançada —​ vulgarmente denominados supercomputadores Navigator e Navigator Plus”, adianta a UC.

Ao todo, vão ser utilizados “pelo menos 64 núcleos de processadores que, em conjunto, vão executar sofisticados e complexos cálculos a um ritmo “ultra-sónico”, equivalente a 250 mil horas de computação tradicional num só processador.

“Este projecto está em linha com a evolução da oferta de vanguarda e de diferenciação tecnológica, em especial nos domínios do design for manufacturing,”, refere Rui Tocha, director-geral do CENTIMFE, centro tecnológico que integra e suporta o desenvolvimento do cluster das indústrias de moldes e plásticos. 

A investigação pretende “lançar sementes para um futuro próximo”, destaca, citado pela UC, o coordenador do projecto, Pedro Vieira Alberto.

“A computação de alto desempenho pode fornecer uma grande vantagem competitiva” às PME, permitindo-lhes “obter produtos mais inovadores e sofisticados e de forma muito mais rápida”, defende.

Com recurso a supercomputadores, “é possível optimizar processos e aumentar a produtividade, assim como reduzir custos e aumentar a qualidade e a velocidade da produção”, sublinha ainda o também responsável pelo Laboratório de Computação Avançada da UC.

O projecto é “uma prova de conceito, ou seja, o consórcio vai tentar demonstrar que este tipo de recursos [HPC] é realmente útil” para as PME, conclui Pedro Vieira Alberto.

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