Infarmed autorizou novos tratamentos para VIH e doença de Crohn

Disponibilidade destes novos fármacos foi anunciada esta quinta-feira pela Autoridade Nacional do Medicamento.

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Daniel Rocha/Arquivo

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) anunciou esta quarta-feira que estão disponíveis novos medicamentos de utilização em meio hospitalar para o tratamento da infecção por VIH e para a doença de Crohn.

“O medicamento Dovato (Lamivudina + Dolutegravir) obteve autorização para ser utilizado em meio hospitalar na indicação tratamento da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana tipo 1 (VIH1) em adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade e que pesem pelo menos 40 kg, sem resistência conhecida ou suspeita à classe de inibidores da integrase, ou à lamivudina”, adianta o Infarmed num comunicado publicada no seu site.

Na avaliação económica, foi realizada uma análise de minimização de custos para a demonstração da vantagem económica face ao respectivo comparador seleccionado, traduzida numa redução do custo de tratamento em conformidade com a legislação, lê-se no “Relatório público de avaliação”.

O Infarmed também fez uma análise de minimização de custos entre o medicamento em avaliação e as alternativas terapêuticas consideradas na avaliação farmacoterapêutica e concluiu que “o custo da terapêutica com o medicamento Dovato é inferior ao custo da terapêutica alternativa”.

O número de novos casos de infecção por VIH diminuiu 46% e o de novos casos de sida 67%, entre 2008 e 2017, segundo o relatório Infecção VIH e SIDA — situação em Portugal em 2019, que indicava que se encontravam registados cumulativamente 59.913 casos de infecção.

Também obteve autorização do Infarmed para ser utilizado em meio hospitalar o medicamento Stelara (ustecinumab), para “tratamento de doentes adultos com doença de Crohn activa moderada a grave que apresentaram uma resposta inadequada, deixaram de responder ou demonstraram ser intolerantes à terapêutica convencional ou a um antagonista do TNFα ou têm contra-indicações médicas para essas terapêuticas”.

Em Portugal os medicamentos biológicos anti-TNF (Anticorpos anti-Factor Necrose Tumoral) financiados no Serviço Nacional de Saúde para o tratamento desta doença são os fármacos infliximab e adalimumab,

Estes medicamentos biológicos são comparticipados a 100% pelo SNS e são apenas de prescrição hospitalar e cedidos pelas farmácias dos hospitais.

Segundo o Relatório público de avaliação, “estes medicamentos, em utilização há vários anos, têm demonstrado em estudos prospectivos, redução das hospitalizações e cirurgias”. O custo da terapêutica com Stelara (ustecinumab) é também inferior ao custo da terapêutica com adalimumab.

Os sintomas e sinais clínicos da doença de Crohn são frequentemente inespecíficos, e incluem diarreia, dor abdominal, febre, perda de apetite, anorexia, perda de peso e emagrecimento.

Nas últimas décadas, a incidência desta doença tem aumentado a nível global. Em Portugal, esta tendência é também verificada, com um aumento progressivo no número de doentes. Dados nacionais de 2007 atribuem à doença de Crohn uma prevalência de 73 por 100.000 habitantes

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