PJ nega pagar a Rui Pinto pela colaboração em investigações

Comunicado desmente informações avançadas pelo Correio da Manhã. Despesas do hacker são financiadas pelo programa de protecção de testemunhas.

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Rui Pinto saiu na madrugada de domingo da sede da PJ em Lisboa onde passou mais de ano e meio LUSA/MÁRIO CRUZ

A Polícia Judiciária negou, esta segunda-feira, ter contratado Rui Pinto para colaborar nas investigações iniciadas pelas informações recolhidas pelo hacker rejeitando, ainda, a ideia de que o responsável pelo Football Leaks recebe um vencimento da PJ em troca da desencriptação e tratamento destes dados. 

O comunicado surge no seguimento da notícia publicada pelo Correio da Manhã, onde o jornal avança que a PJ iria recrutar Rui Pinto para ser um investigador do Estado. O papel do hacker seria disponibilizar as suas perícias informáticas para colaborar com as autoridades em casos complexos de corrupção. Em troca, dizia o diário, a PJ poderia oferecer uma nova identidade ao denunciante, bem como ordenado, casa e despesas pagas. O acesso ilimitado à Internet seria outra das permissões.

A PJ diz que, estando enquadrado no programa de protecção de testemunhas, todas as despesas direccionadas para a protecção de Rui Pinto são financiadas por esse mesmo programa.

“No cumprimento da sua missão e no apoio à realização da Justiça, a Polícia Judiciária reserva-se no direito e no dever de utilizar todos os meios legais ao seu dispor, para a descoberta da verdade material dos crimes que investiga, sempre devidamente enquadrados pela legislação processual penal em vigor e pelas Autoridades Judiciárias competentes”, finaliza a PJ.

Rui Pinto saiu na madrugada de domingo da sede da PJ em Lisboa onde passou mais de ano e meio. Esteve cerca de 13 meses em prisão preventiva, tendo depois transitado para um regime de prisão domiciliária após ter firmado um acordo de colaboração com as autoridades portuguesas. Foi libertado na sexta-feira e colocado numa casa segura.

Nesse espaço, Rui Pinto será protegido por elementos do Corpo de Segurança Pessoal da Unidade Especial de Polícia da PSP. É o mesmo corpo que faz a segurança do Presidente da República, de governantes, magistrados e testemunhas em situações de risco, como é o caso do denunciante. Rui Pinto está obrigado a apresentações semanais à polícia que, dado as questões de segurança, vão ocorrer de maneira diferente: serão as próprias autoridades a deslocar-se ao local onde o pirata informático reside.

Rui Pinto é acusado de 90 crimes e começará a ser julgado no dia 4 de Setembro.

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