Incêndio no Gerês: Meios aéreos ajudam no combate às chamas

Após uma manhã de dificuldades, os operacionais no terreno contam agora com o apoio de meios aéreos para o combate às chamas.

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LUSA/ARMÉNIO BELO

Depois de uma manhã de dificuldades no combate ao incêndio que lavra desde sábado no Parque Nacional da Peneda-Gerês, sobretudo devido ao nevoeiro e ao fumo, os operacionais que combatem o incêndio já contam com o apoio de meios aéreos no combate às chamas. 

De acordo com o site da Protecção Civil, o incêndio está a ser combatido, agora, por 251 operacionais no terreno, apoiados por 69 veículos e sete aeronaves de combate às chamas. 

Num ponto de situação feito por Augusto Marinho, autarca de Ponte da Barca, foi referido que "os meios aéreos são muito importantes para estes homens que estão perante condições muito difíceis e exigentes. Está a ser feito um trabalho notável por estes operacionais”. Augusto Marinho adiantou ter questionado o comandante operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), sobre os meios aéreos disponibilizados para o combate ao incêndio e disse ter recebido a informação que “têm sido empenhados os meios solicitados”.

Segundo o autarca, a “frente de fogo que lavra na Serra Amarela, no Lindoso, reduziu a sua extensão, atingindo cerca 1,5 quilómetros”, dando ainda nota de “muitos reacendimentos” e na necessidade de “segurar” o incêndio para que não atinja a Mata de Cabril.

“Estamos a fazer tudo para conter o incêndio, evitando que chegue à Mata do Cabril que é um património natural riquíssimo. É uma área de proteção integral existente dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), que tem uma grande riqueza natural e uma grande biodiversidade”, sublinhou.

Manhã de dificuldades

O incêndio que lavra desde sábado no Parque Nacional Peneda do Gerês e está a ser combatido por mais de duas centenas de operacionais, numa zona de difícil acesso, dada a sua altitude e o nevoeiro que se fez sentir durante a manhã de segunda-feira.

“São locais quase inacessíveis, [que estão] entre 800 a 1.000 metros de altitude”, explicou Paulo Santos, o comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), e acrescenta que as viaturas “não conseguem aceder aos locais do incêndio”, que terá de ser extinto “por meios terrestres, com equipas apeadas, como as que ainda durante dia de ontem foram largadas no terreno”.

Além dos constrangimentos de acesso, o comandante acrescentava que “grande parte litoral do território está sob nevoeiros matinais” e que estas neblinas, aliadas ao fumo do próprio incêndio que se acumulava nos vales, têm impedido o uso de meios aéreos durante a manhã de segunda-feira.

Paulo Santos informou que a situação neste incêndio no Lindoso permanecia “inalterada relativamente à noite de domingo” e que o fogo continuava a “lavrar com muito fraca intensidade em zona de escarpas e fragas”.

A maior dificuldade no combate a estes incêndios é a existência de “uma linha com pequenos focos de incêndio, em zonas inacessíveis e, como não sabemos o comportamento que esses pequenos focos podem provocar, não temos o incêndio dominado”, disse o responsável.

O secretário de Estado da Conservação da Natureza revelou no domingo que o incêndio, a ser combatido entre Portugal e Espanha, no Parque Nacional Peneda-Gerês já tinha consumido cerca de 200 hectares, mas que os principais esforços de protecção se centram na Mata do Cabril. Do lado espanhol, dados da Junta da Galiza apontam para 400 hectares ardidos.

No combate às chamas, no sábado, um piloto português morreu e um piloto espanhol ficou gravemente ferido quando o avião Canadair português em que seguiam se despenhou em território espanhol, a cerca de dois quilómetros da fronteira.

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