Trump abordou governadora do Dakota do Sul para ter o seu rosto no Monte Rushmore

Presidente norte-americano garante que nunca sugeriu ter o seu rosto ao lado dos chamados pais fundadores, mas admite que é “boa ideia”. Especulação levou a que fosse colocada a hipótese de Mike Pence estar de saída da vice-presidência, para dar lugar à governadora do Dakota do Sul.

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Donald Trump nas celebrações do Dia da Independência, no Monte Rushmore TOM BRENNER/Reuters

O “sonho” de Donald Trump de ter o seu rosto esculpido no Monte Rushmore, no estado do Dakota do Sul, ao lado dos presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln e Theodore Roosevelt levou uma equipa da Casa Branca a questionar a governadora Kristi Noem sobre o processo de adicionar uma nova figura ao histórico monumento e gerou especulação em Washington sobre a possibilidade de Mike Pence não ser a escolha para candidato a vice-presidente.

A história foi avançada durante o fim-de-semana pelo New York Times, que cita uma fonte próxima da governadora do Dakota do Sul. De acordo com o diário norte-americano, o telefonema aconteceu no ano passado, quando um assessor da Casa Branca terá perguntado a Kristi Noem o que era necessário para que o rosto de Trump fosse esculpido no monumento, apesar de este estar sob jurisdição federal, não necessitando de aprovação a nível estadual.

Em 2018, no ano em que chegou a governadora, recorda a CNN, Kristi Noem deu uma entrevista ao USA Today onde revelou uma conversa com o Presidente dos Estados Unidos, em que este lhe confidenciou o “sonho” de ter a sua figura no Monte Rushmore.

“Eu disse-lhe ‘Sr. Presidente, deveria vir ao Dakota do Sul um dia destes. Temos o Monte Rushmore. Ao que ele respondeu, ‘sabia que o meu sonho é ter o meu rosto no Monte Rushmore'?”, contou, na altura, Noem. “Ele não se estava a rir. Ele estava a falar a sério”, acrescentou.

Nas celebrações do Dia da Independência deste ano, em que Trump fez grandes elogios ao monumento, glorificou os ‘pais fundadores’ e criticou os manifestantes que denunciaram a violência policial e o racismo após a morte de George Floyd, Kristi Noem recebeu o Presidente norte-americano e ofereceu-lhe uma réplica em miniatura do monumento com a cara do actual Presidente ao lado dos outros quatro antigos chefes de Estado.

Três semanas depois, conta o New York Times, a governadora do Dakota do Sul viajou até à Casa Branca, não para se encontrar com o Presidente, mas sim com o vice-presidente, Mike Pence, o que levantou suspeitas de que Trump poderia estar a considerar substituir o seu “vice” nas presidenciais de Novembro.

A especulação aumentou depois de se saber que a governadora viajou para Washington com Trump no Air Force One após o discurso do Dia da Independência do Presidente, onde, segundo o New York Times, falaram em privado durante mais de uma hora, na companhia de Corey Lewandowski, antigo director de campanha de Trump, que se referiu publicamente à governadora do Dakota do Sul como uma estrela em ascensão “com um grande futuro no Partido Republicano”.

Esta possibilidade seria descartada por um conselheiro de Noem, que garantiu que a governadora “está focada no cargo de governadora do Dakota do Sul”.

Em entrevista à Fox News no passado mês de Julho, Trump garantiu que Pence continuará a ser o seu “vice”, considerando-o um “amigo”.

No domingo, o Presidente negou a história, classificando-a como “notícia falsa”. Embora acrescentasse que ter o seu rosto no Monte Rushmore lhe parecia uma “boa ideia”. “Nunca o sugeri, embora, com base em tudo o que fiz nos primeiros três anos e meio [do mandato], talvez mais do que qualquer outra presidência, me pareça uma ideia!”, afirmou o Presidente no Twitter.

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