Indústria e serviços recuperam em Junho, mas ainda estão longe do nível pré-crise

Volume de negócios nos serviços ainda foi em Junho um quarto menor do que no início do ano. Na restauração e alojamento, a quebra situa-se em 60%

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Nelson Garrido

O volume de negócios e as horas trabalhadas na indústria e nos serviços em Portugal voltou em Junho a registar uma recuperação face aos mínimos atingidos no auge das medidas de confinamento. No entanto, estes sectores de actividade encontram-se ainda distantes dos níveis que se verificavam antes da crise.

De acordo com os dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o volume de negócios das empresas do sector da indústria registou em Junho uma variação homóloga negativa de 11,7%, o que representa uma recuperação de 19,2 pontos face à variação homóloga que se verificava em Maio. O volume de negócios foi em Junho, 12,3% mais alto do que o de Maio.

Se a melhoria dos indicadores é evidente em relação ao que aconteceu no ano anterior, isso não significa que o cenário possa ser considerado já positivo para o sector. Esta recuperação de Junho, que também já se tinha verificado em Maio, não chegou para colocar o volume de negócios na indústria ao nível pré-crise, antes das quebras muito acentuadas que se registaram em Fevereiro, Março e principalmente Abril.

Em comparação com o mês de Janeiro, o índice do volume de negócios na indústria foi em Junho ainda 15,6% mais baixo.

No sector dos serviços, o cenário é semelhante, ainda que um pouco mais desfavorável. Em Junho, o volume de negócios cresceu 11,3% face ao mês anterior, enquanto a variação homóloga negativa ficou-se pelos 23,2%, quando em Maio tinha sido de 31%.

Em comparação com Janeiro, antes da crise, o índice do volume de negócios nos serviços ficou em Junho quase 25% abaixo, depois de corrigidos os dados do efeito da sazonalidade.

Neste cenário de quebra ainda muito acentuada da actividade, sobressai em particular o subsector da restauração e alojamento. Aqui, face a Janeiro, o volume de negócios corrigido do efeito da sazonalidade foi em Junho cerca de 60% mais baixo.

Tanto na indústria como nos serviços, aquilo que se verifica no volume de negócios tem a sua réplica, não tanto no nível do emprego por causa da medida do layoff simplificado, mas no número de horas trabalhadas. Na indústria, as horas trabalhadas foram em Junho inferiores em 9,5% às registadas no mesmo mês do ano passado. Nos serviços, a variação negativa foi de 17,3%.

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