Portalegre pode vir a ter uma Academia de Hidrogénio

A Academia será um centro de formação de recursos altamente especializados que possam desenvolver vários projectos no campo do hidrogénio.

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Nuno Ferreira Santos

O Politécnico de Portalegre (PP) candidatou-se ao Important Project of Common European Interest (IPCEI) no âmbito da Estratégia Nacional para o Hidrogénio e já recebeu um parecer positivo.

Foram apresentadas ao IPCEI cerca de 70 manifestações de interesse para o desenvolvimento de projectos e apenas 37 receberam luz verde, entre elas está a do PP.

A Academia será um centro de formação de recursos altamente especializados no campo do hidrogénio e pretende desenvolver vários projectos, a par com outras instituições, para criar no país competências para operar, desenvolver e inovar nesta área.

Para Paulo Brites, responsável pela BioBip Energia, a utilização de hidrogenetos pode ser uma alternativa aos combustíveis fosseis, apesar do seu custo. “Mas se queremos assegurar a sobrevivência das gerações futuras, a busca dessas alternativas não pode diminuir”, diz.

O hidrogénio é uma alternativa que pode contribuir significativamente em o “mix energético”, tendo várias vantagens e aplicações no que diz respeito ao armazenamento de energia renovável e estabilizador da rede eléctrica, em aplicações na mobilidade eléctrica, como combustível e numa vasta gama de aplicações industriais. 

A aprovação da candidatura, diz Paulo Brites, “poderá permitir financiamento para a execução da academia, principalmente na aquisição de equipamentos piloto para auxiliar os processos de formação” e que “faz todo o sentido poderem avançar com uma infra-estrutura” apesar de já terem parte dela. A área do hidrogénio não é novidade para o Politécnico, que tem vindo a trabalhar com um conjunto alargado de projectos neste campo e na produção de gases renováveis, como o butano e bio butano.

Em declarações ao PÚBLICO, Paulo Brites afirma que o laboratório industrial, numa escala piloto, tem vindo a trabalhar com matérias-primas não convencionais e são utilizados todo o tipo de resíduos com a perspectiva de os converter em mais-valias, como biocombustíveis ou outro tipo de matérias.

Têm também trabalhado com biomassa residual florestal e industrial para produzir gases. A conversão é feita através de tecnologias térmicas, gaseificação térmica e de vários processos como os anaeróbicos, biológicos e electroquímicos, trabalhando também com vários sectores de actividade como a agro-indústria e suinicultura e entidades que fazem gestão de resíduos.

A investigação é aplicada a energias mais desenvolvidas e muito próximas das necessidades e realidades das empresas, afirma.

O BioBip é a incubadora de base tecnológica que alberga o laboratório mas “por detrás disto está o centro de investigação Valoriza” que tem vindo a desenvolver este e outro tipo de projectos, alguns deles internacionais.

Texto editado por Ana Fernandes

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