Mais uma morte por covid-19 em Portugal. Casos activos descem há dez dias

Estão internadas 384 pessoas (menos 17 do que na terça-feira), das quais 41 em unidades de cuidados intensivos, menos três do que no dia anterior. A única morte registada nas últimas 24 horas ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo.

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DIOGO VENTURA

Portugal regista esta quarta-feira mais uma morte por covid-19 e 167 casos de infecção, o que representa um aumento de 0,3%. O país contabiliza 1740 óbitos e 51.848 infecções desde o início da pandemia.

Dos novos casos, 116 (69,5%) foram identificados na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde ocorreu a única morte registada nas últimas 24 horas. A região tem sido a mais afectada pela pandemia, mas a média de novos casos de infecção está a diminuir desde o final do mês de Junho. Na semana de 27 de Julho a 2 de Agosto, foi registada uma média de 125 casos por dia.

Há mais 247 recuperados em Portugal relativamente ao dia anterior, num total de 37.565. Neste momento existem 12.543 casos activos, número que resulta da subtracção dos recuperados e dos óbitos ao total de infecções. Na terça-feira eram 12.624 os casos activos, valor que diminui há dez dias consecutivos.

Estão internadas 384 pessoas (menos 17 do que na terça-feira), das quais 41 em unidades de cuidados intensivos (menos três do que no dia anterior). Os dados foram divulgados esta quarta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), actualizado diariamente.

A taxa de letalidade em Portugal é de 3,4%. Cerca de 86,4% das pessoas que morreram com covid-19 tinham mais de 70 anos.

Questionado na conferência de imprensa, o subdirector-geral da Saúde, Rui Portugal, fez um balanço do número de infectados na residência Montepio do Porto. “A informação que temos são que 34 dos 109 utentes são positivos e dez dos 116 profissionais. Seis utentes estão internados no Centro Hospitalar e Universitário do Porto e estão a ser lá tratados. As autoridades de saúde têm tudo tratado na residência”, afirmou, revelando ter um familiar naquela instituição.

A região com maior número de casos de infecção é Lisboa e Vale do Tejo, que contabiliza 26.573. Surgem depois o Norte (18.854, mais 38 do que na terça-feira), o Centro (4478, mais três), o Algarve (902, mais um) e o Alentejo (753, mais sete). Os Açores registam 170 infecções (mais uma) e a Madeira 118 (mais uma).

O Norte tem o maior número de mortes por covid-19: 829. Seguem-se Lisboa e Vale do Tejo (607), Centro (252), Alentejo (22), Algarve (15) e Açores (15). A Madeira não tem registo de vítimas mortais.

Julho foi o mês com mais testes

“De sublinhar que em Julho realizou-se o maior número de testes: 431.178 testes”, afirmou a secretária de Estado da Saúde, na conferência de imprensa desta quarta-feira. Jamila Madeira adiantou que foram realizados uma média diária de 13.909 testes, “a mais alta já realizada”. Segundo a responsável, também houve um “aumento de testes no SNS, cerca de 50% total testes realizados no país”.

Na conferência de imprensa, além do destaque que foi dado ao trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde na resposta à pandemia, deu-se também destaque à aplicação para telemóvel StayAway Covid, que deverá entrar em funcionamento para a população residente no país este mês. “A app está em teste piloto no [sistema operativo] andróide [usado por smartphones] e tem quase mil pessoas a testar a aplicação. Para estar disponível ao público geral é essencial que fique disponível na loja [digital] da Apple. Esperamos que fique a qualquer momento”, afirmou o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro.

“O que se pretende é que seja mais um contributo no combate à pandemia. Quanto maior o número de pessoas que a use, maior a probabilidade que haver um contacto que venha a ser detectado pela app e que não seria detectado por outra via”, disse o responsável, explicando que a pessoa doente terá de solicitar um código ao médico para ser inserido na app e esta avisar os contactos de proximidade (quem esteve a menos de dois metros por mais de 15 minutos). Serão avisados os contactos que estiveram com o doente até 48 horas do início dos sintomas ou até 48 horas antes do diagnóstico no caso dos assintomáticos. Os dados ficam guardados por 14 dias.

Testagem nas escolas

O regresso às aulas e as críticas feitas por professores e pais não passaram em branco na conferência, com as autoridades de saúde a serem questionadas sobre se estava a ser ponderada a hipótese de se fazerem testes de forma massiva alunos, professores e auxiliares. “As situações devem ser sempre avaliadas relativamente ao risco e aos tempos que decorrem. Cabe, em relação às medidas a tomar, à testagem, às autoridades de saúde locais avaliar o risco em determinado momento”, disse Rui Portugal, referindo que as situações devem avaliadas caso a caso.

“Se tiver escolas numa região sem casos efectivos nos últimos dois meses é diferente e ter escolas implementada numa freguesia com surtos sucessivos. A avaliação de risco é diferente e política de testagem é diferente”, esclareceu. O que é mais importante, reforçou o subdirector-geral da Saúde, “é que os pais e as crianças percebam que as atitudes essenciais de higiene em relação à doença sejam cumpridas”.

Sobre a Festa do Avante!, Rui Portugal adiantou que a Direcção-Geral da Saúde (DGS) está a avaliar o documento que recebeu por parte da organização. “Esperemos ter resultados em breve”, disse, referindo que “há um conjunto de critérios a ser avaliados” e que espera que sejam discutidos com a organização caso seja preciso fazer ajustamentos.

“Lembro que todos os eventos têm as suas particulares em relação ao tempo que decorrem, pessoas que os frequentam e há as características epidemiológicas que no país ocorrem em termos gerais e locais em determinado momento”, afirmou o responsável, para dizer que em relação a eventos desta natureza as decisões são tomadas “caso a caso”.

Questionado sobre a possibilidade de Portugal enfrentar um novo período de confinamento, à semelhança do que está a acontecer noutros países, Rui Portugal disse que “as medidas de confinamento estão sempre relacionadas com o risco” e que a avaliação deverá ter uma perspectiva regional e local, à semelhança do que acontece ainda em relação à área metropolitana de Lisboa.

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