Sopa da Pedra e Caralhotas de Almeirim conquistam certificação

A certificação, destaca a autarquia de Almeirim, vai garantir que quem visite o concelho e tencione comer a Sopa da Pedra e a Caralhota o possa fazer com a certeza de que são as verdadeiras. Só caralhotas são produzidas mais de três milhões por ano.

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Uma Sopa da Pedra fotografada no Restaurante o Toucinho, Almeirim RS Ricardo Silva / PUBLICO

A Sopa da Pedra e as Caralhotas de Almeirim (pão pequeno cozido no forno a lenha) conquistaram o selo de certificação em Portugal, anunciou o município, apontando um “reconhecimento da genuinidade” e uma “mais-valia económica e turística”.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Almeirim, distrito de Santarém, Pedro Ribeiro, congratulou-se com a “boa notícia” relativamente a um “processo que começou há alguns anos” e que “está inserido numa estratégia que a câmara tem vindo a desenvolver de certificação de vários produtos regionais”, com o objectivo de impulsionar o turismo e promover cada vez mais os produtos locais.

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As afamadas Caralhotas de Almeirim CM Almeirim

Esta certificação é não só fundamental para manter a tradição da Sopa da Pedra e das Caralhotas, mas também garante a quem vai experimentar estas duas especialidades que o possa fazer com a certeza de que são verdadeiras e assim criar condições para que tenham cada vez mais valor acrescentado”, notou.

Segundo o autarca, “só na zona turística envolvente à Praça de Touros”, recentemente requalificada e onde se concentram restaurantes, lojas e esplanadas, “foi vendido mais de um milhão de refeições em 2019, onde a Sopa da Pedra é o prato principal”, dando ainda conta de uma “produção anual de três milhões de Caralhotas de Almeirim”.

Uma sopinha para o caminho: Sopa da pedra

No caso da Sopa da Pedra, que obteve do Ministério da Agricultura o reconhecimento de Especialidade Tradicional Garantida (ETG), “o objectivo era o de certificar o prato, que tem um conjunto de características únicas que têm a ver, por um lado, com aquilo que é a tradição de o fazer em Almeirim e, por outro lado, com um conjunto de ingredientes (desde os enchidos ao feijão) que têm de ser específicos sob pena de o resultado final não ser o da Sopa da Pedra”, salientou.

A Caralhota de Almeirim, que conquistou, por sua vez, o selo de Indicação Geográfica Protegida (IGP), é um pão pequeno cozido no forno a lenha, que pode ser produzido “sem conduto”, ou ser recheado com chouriço ou farinheira, entre outros enchidos.

De acordo com o presidente, esta certificação vai garantir que quem visite Almeirim e tencione comer a Sopa da Pedra e a Caralhota o possa fazer com certezas de que é a verdadeira.

“É um momento importante para a nossa identidade, gastronomia e economia, sendo que o que faz a diferença hoje em dia é o que é genuíno e original”, enfatizou, relativamente a dois produtos que têm as suas raízes na história agrícola das gentes de Almeirim.

Depois da certificação das duas especialidades típicas de Almeirim em Portugal, o próximo passo é o da certificação internacional, candidatura que, deu conta, “já está a ser analisada na Comissão Europeia”, que “deverá concluir o processo no próximo ano”.

Além da Sopa da Pedra e das Caralhotas, Almeirim desenvolveu outro caderno de encargos para a certificação do melão, outro produto tradicional do concelho, e que aguarda certificação nacional. 

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