Disney decide lançar Mulan em plataforma de streaming por preço adicional

Baseado na animação original do estúdio lançada em 1998, o filme retrata a história de uma jovem que se disfarça de guerreiro para salvar o pai. Teve um orçamento de produção de 200 milhões de dólares.

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Mulan DR

O filme Mulan, realizado por Niki Caro, vai ser lançado pela Disney na sua plataforma de streaming no dia 4 de Setembro, anunciou a empresa, que assim abdica de uma estreia em sala para um dos maiores lançamentos cinematográficos do ano.

Segundo a companhia, os assinantes do serviço Disney+ terão de pagar um preço suplementar de 29,99 dólares (25,4 euros), para além do valor normal da subscrição.

“Estamos a olhar para Mulan como um caso isolado em vez de significar um novo modelo de negócio”, afirmou esta terça-feira o presidente executivo da Disney, Bob Chapek, na apresentação dos resultados da empresa, citado pela Variety.

O filme, uma versão de acção real do original de animação Mulan, teve um orçamento de produção de 200 milhões de dólares e era apontado pela indústria como uma das maiores estreias do Verão, antes de ser adiado repetidas vezes. Baseado no original da Disney, lançado em 1998, que por sua vez adapta a lenda chinesa de Hua Mulan, o filme retrata a história de uma jovem que se disfarça de guerreiro para salvar o pai. O original facturou mais de 300 milhões de dólares a nível mundial e foi nomeado para Globos de Ouro e Óscares, para além de ter vencido vários prémios de animação Annie.

Na apresentação de contas, Bob Chapek assinalou o aumento de assinantes do serviço Disney+ – já vai em perto de 100 milhões, desde que o canal em streaming foi lançado em Novembro de 2019, com produtos novos, além de um impressionante catálogo de filmes, séries e programas de televisão –, o que veio atenuar as perdas de cerca de 4,7 milhões de dólares (4 milhões de euros) sofridas no último trimestre na sequência da pandemia de covid-19.

A Disney+ “é uma etapa significativa, que veio reforçar a nossa estratégia de servir directamente o consumidor, e que vemos como a chave para o crescimento da nossa empresa”, disse o presidente executivo do estúdio, citado pela AFP. Bob Chapek mostrou-se também “tão optimista quanto possível” sobre o futuro imediato da Disney, consciente de que ele continua a depender da evolução da pandemia, mas realçando a importância da reabertura de alguns dos seus parques temáticos espalhados pelo mundo, como os da Florida, Paris e Xangai.

Novas estreias no Verão

Em Hollywood, outra das grandes estreias anunciadas para este Verão, Tenet, de Christopher Nolan, terá um lançamento internacional faseado a partir de 26 de Agosto, chegando aos Estados Unidos uma semana depois.

Na semana passada, a Paramount revelou ter passado para 2021 alguns destaques deste ano, como as sequelas de Top Gun ou Um Lugar Silencioso. Também as estreias dos novos filmes das sagas Avatar e Guerra das Estrelas foram adiadas um ano, para 2022 e 2023, respectivamente.

A grande indústria do cinema americano está há mais de quatro meses sem um lançamento de grande dimensão em sala. A sequela de Um Lugar Silencioso, com John Krasinski e Emily Blunt, passou para 23 de Abril 2021, em vez da estreia prevista em Setembro deste ano, enquanto Top Gun: Maverick, com Tom Cruise, tem nova data de lançamento em 2 de Julho de 2021.

A pandemia teve um impacto enorme na indústria cinematográfica, paralisando produções de cinema, levando ao encerramento de salas, ao adiamento de festivais de cinema e à reflexão sobre estratégias de exibição cinematográfica envolvendo, sobretudo, as plataformas de streaming.

As salas portuguesas de cinema, que reabriram em 1 de Junho, tiveram cerca de 12.400 espectadores nesse mês, o que representou 1% da assistência registada em Junho de 2019. Antes da covid-19, a média mensal de assistência nas salas de cinema rondava um milhão de espectadores.

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