Beirute em estado de emergência. Europa e Médio Oriente prometem ajudar nação em choque

Países próximos do Líbano já prometeram ajuda humanitária, inclusive Israel, que esteve em duas guerras contra o país. Da Europa e dos Estados Unidos também já foi garantido apoio aos libaneses. Segundo o Governo português, não há registo de portugueses entre os mortos.

A explosão "foi como um grande terramoto que atingiu Beirute" Carolina Pescada e Reuters

Beirute está em choque. Uma inesperada explosão que destruiu esta terça-feira o porto da capital do Líbano provocou dezenas de mortos, milhares de feridos e o Presidente libanês, Michel Aoun, declarou um estado de emergência que durará duas semanas.

As imagens da vasta e imediata destruição de toda a zona em torno do porto assolaram as redes sociais e, internacionalmente, o incidente já está a ser acompanhado e comentado por Governos.

O Governo israelita distanciou-se do sucedido e negou qualquer tipo de envolvimento na explosão, prometendo ajuda aos libaneses – de recordar que Israel e Líbano, vizinhos no mapa do Médio Oriente, estiveram envolvidos em duas guerras.

Num comunicado conjunto, o ministro da Defesa, Benny Gantz, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gabi Ashkenazi, afirmaram que “Israel abordou o Líbano através de canais diplomáticos e de segurança internacional e ofereceu ao Governo libanês assistência médica e humanitária”.

Também a Turquia, através do seu Presidente, Recep Tayyip Erdogan, ofereceu ajuda ao Líbano. Erdogan falou com Aoun ao telefone e disse que a Turquia estaria disponível para dar apoio humanitário.

Outro país do Médio Oriente, a Arábia Saudita também se aprontou a oferecer ajuda aos libaneses. O ministro dos Negócios Estrangeiros, num comunicado transmitido através da agência noticiosa estatal, prometeu apoio e mostrou-se solidário para com os libaneses.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, publicou no Twitter que o Governo do Irão está, “como sempre, completamente preparado para assistir no que for necessário” e elogiou “a força e resiliência do povo do Líbano”.

Assistência também chega dos outros cantos do mundo. Trump diz que explosão foi “ataque"

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a explosão como “um terrível ataque” e revelou que, depois de falar com autoridades militares americanas, a explosão poderá ter sido provocada por “algum tipo de bomba”. Trump também assegurou que o país está “pronto para apoiar o Líbano” e o Departamento de Estado do país já informou que está a trabalhar com autoridades locais para determinar se há cidadãos americanos feridos ou afectados pela explosão.

Boris Johnson reagiu ao incidente através do Twitter. Numa publicação, Johnson lamentou que “as imagens e vídeos de Beirute desta noite são chocantes” e garantiu que “o Reino Unido está pronto a providenciar apoio como conseguir, inclusive aos cidadãos britânicos afectados”.

O Twitter foi uma das ferramentas mais usadas para prometer apoio ao Governo libanês e o mesmo aconteceu com o Governo francês. O Presidente Emmanuel Macron publicou uma mensagem em árabe e em francês a manifestar a sua solidariedade para com o povo libanês, a prometer ajuda e disse que “a França está lado do Líbano”. “Sempre”.

A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, contou à agência Lusa que o Governo português não tem registo de que haja cidadãos portugueses entre as dezenas de mortos ou mesmo entre os gravemente feridos.

Segundo a secretária de Estado, há portugueses no Líbano a passar férias. Berta Nunes salientou que o Governo vai “continuar a acompanhar a situação através da nossa embaixada, através da delegação europeia no Líbano, contactando também as autoridades locais e estaremos a acompanhar permanentemente, tentando saber se há portugueses que necessitem de ajuda ou se há portugueses com algum tipo de problema”.

Não se sabe como ocorreu a explosão, mas o chefe de segurança geral do país adiantou que havia material altamente explosivo no porto, e o ministro do Interior afirmou que num armazém estaria guardado nitrato de sódio, um componente de fertilizante.

O Presidente Aoun culpou as reservas de nitrato de sódio e disse que era “inaceitável” que 2750 toneladas do componente estivessem seis anos no porto sem serem salvaguardas. O chefe de Estado também afirmou que os responsáveis pelo incidente seriam “severamente punidos”.

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