Pelo menos três mortes em ataque a prisão no Afeganistão reivindicado pelo Daesh

Ataque envolveu explosões e troca de tiros e deixou mais de 20 pessoas feridas.

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Uma das pessoas feridas numa explosão no exterior de um complexo prisional no Afeganistão é atendida no hospital de Jalalabad LUSA/GHULAMULLAH HABIBI

O grupo terrorista Daesh reivindicou este domingo um ataque a um complexo prisional em Jalalabad, no Afeganistão, que envolveu a explosão de um carro-bomba, explosões no interior da prisão e uma intensa troca de tiros com as forças de segurança. Autoridades locais afegãs informam que pelo menos três pessoas morreram e 24 ficaram feridas. Cerca de 50 prisioneiros estão em fuga.

A autoria do ataque foi reivindicada pelo grupo terrorista através da agência de notícias Amaq, órgão de comunicação gerido pelo grupo, que cita uma fonte militar mas não fornece detalhes. De acordo com a agência Reuters, a autoria do ataque ainda não foi confirmada por fontes independentes. 

O ataque acontece no terceiro e último dia de um cessar-fogo entre o governo afegão e os taliban, quando centenas de prisioneiros taliban foram libertados num último esforço de negociações de paz no país. Os taliban já anunciaram que não são responsáveis pelo ataque, que acontece um dia depois de os serviços de informação do Afeganistão anunciarem que um comandante do Daesh no país foi morto pelas forças especiais afegãs perto de Jalalabad, capital da província de Nangarhar, na região leste do Afeganistão, relata a Aljazeera.

Pelo menos três bombas explodiram fora do complexo prisional da cidade, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters. Sohrab Qaderi, membro do conselho da província, afirmou que houve uma grande explosão de um carro-bomba, seguida de duas explosões menores. Seguiu-se uma troca de tiros com a polícia. “Pelo menos três pessoas morreram e 25 ficaram feridas nos confrontos”, afirmou Qaderi, acrescentando que mais de 50 prisioneiros terão escapado.

À Deutsche Welle, o jornalista Ali Latifi, em Kabul, relata que as fontes no local descrevem um cenário “agitado”. “Alguns prisioneiros foram soltos. Alguns espaparam. Outros entregaram-se às forças de segurança”, disse o jornalista à agência alemã. “Há filmagens que os mostram a dizer que escaparam pela sua própria segurança, porque não tinham ligações ao Daesh, nem aos taliban, nem a nenhum grupo armado, e que tinham que sair do complexo.”

Um relatório das Nações Unidas, divulgado no mês passado, dava conta de que podem existir cerca de 2.200 membros do Daesh no Afeganistão.

Tanto o presidente afegão Ashraf Ghani como os taliban tinham sinalizado que as negociações de paz poderiam começar imediatamente depois do Eid al-Adha, uma das mais importantes festas do calendário muçulmano. Os taliban afirmam que libertaram todos os mil prisioneiros afegãos que tinham prometido soltar, num acordo firmado com os EUA.

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