FIFA diz que não há nada que sustente investigação suíça a Gianni Infantino

O presidente da FIFA está sob a mira da justiça suíça no âmbito da ligação ao então procurador-geral helvético Michael Lauber, que se encontrava a investigar um processo de corrupção no futebol e recentemente pediu a demissão do cargo.

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Gianni Infantino, presidente da FIFA LUSA/ANDRES COELHO

A FIFA contestou neste domingo a investigação desencadeada pela procuradoria suíça ao presidente do organismo, Gianni Infantino, garantindo não existir “absolutamente nada que a sustente”, do ponto de vista criminal, “nem um remoto vestígio”.

Gianni Infantino está sob a mira da justiça suíça no âmbito da sua ligação ao então procurador-geral helvético Michael Lauber, que se encontrava a investigar um processo de corrupção no futebol e recentemente pediu a demissão do cargo.

A procuradoria helvética abriu o processo contra o presidente da FIFA devido a reuniões informais não declaradas com Michael Lauber, indiciado por “abuso de cargo público, quebra de sigilo, assistência e incitamento a infractores”.

“Não havia e não há absolutamente nenhuma razão para iniciar uma investigação, porque nada ocorreu de forma criminal. Não há nenhuma evidência concreta ou vestígio de qualquer tipo de ofensa criminal”, refere a FIFA em comunicado.

O promotor federal suíço Stefan Keller, que lidera a investigação a Gianni Infantino, considera que foram violados os deveres do procurador-geral, em particular no que diz respeito à terceira reunião com o presidente da FIFA, também considerada uma violação grave dos seus deveres.

A FIFA refere que reunir com um procurador-geral “não é ilegal, em nenhuma parte do mundo”, e considera até “lógico” que esses contactos existam, numa altura em que estão a decorrer mais de 20 processos relacionados com o organismo.

“O consultor jurídico da FIFA e o investigador principal da Procuradoria-Geral da Suíça também se reuniram regularmente em várias ocasiões. Tais reuniões foram realizadas em todo o mundo, levando, por exemplo, a mais de 40 condenações nos Estados Unidos”, recorda o organismo.

A FIFA refere no comunicado que o objectivo das reuniões com o procurador-geral passava sempre por “oferecer o apoio total às investigações”, numa altura em que era necessário “restaurar a confiança” no órgão e “credibilizar o futebol”.

“O presidente da FIFA e os seus parceiros foram ver o juiz de mais alto escalão do país para descrever as mudanças ocorridas na FIFA e ofereceram a sua cooperação para processar actos criminosos. [Infantino] Compareceu lá de boa-fé e como representante da FIFA. Isso também faz parte de seus deveres fiduciários como presidente da FIFA”, refere a nota.

A FIFA acrescenta que essas reuniões “não eram de forma alguma secretas”, dado que decorriam em locais públicos, hotéis e restaurantes, e faziam parte da agenda da Procuradoria, e recorda que “não há nenhum regulamento ou lei” que exige ao presidente manter atas desses encontros.

Infantino já se mostrou disponível para cooperar com as autoridades judiciais e recordou que, desde o momento que tomou posse como presidente da FIFA, ajudar as autoridades a investigar irregularidades tem sido um dos seus objectivos, para ajudar a restaurar a credibilidade da organização.

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