Concertos em autocarros apoiam músicos independentes em Lisboa

O movimento é viabilizado pelo Fundo de Emergência da CML e apresentado pela actriz brasileira Úrsula Corona.

Foto
rui Gaudencio

A crise pandémica deixou o sector da cultura em sérias dificuldades, o que tem motivado diversas iniciativas de resposta à actual situação. Uma delas servirá de apoio a artistas musicais independentes — uma série de concertos em cima de autocarros utilizados para passeios turísticos por Lisboa, nos dias 8 e 9 de Agosto. É uma iniciativa do Movimento Reverbera que em comunicado afirma ter “como objectivo gerar remuneração para artistas independentes distantes do mainstream, os mais impactados pela paralisação pandémica”. O projecto é o resultado de uma colaboração entre a câmara e várias produtoras culturais brasileiras, como a Associação Fertilenredo e a a LadoBe Creative Agency.

Os concertos serão compostos por músicos brasileiros e portugueses, com géneros musicais que vão do samba ao fado. O autocarro deslocar-se-á pela cidade sem paragens e com controlo de decibéis, com transmissão na internet, de forma a evitar aglomerações físicas.

No primeiro dia vai haver concertos de Cordel, da compositora Camila Masiso e da fadista Teresinha Landeiro. No dia 9, é a vez de Chalo Correia e do grupo Viva O Samba. A iniciativa vai circular por toda a cidade, da zona da Baixa ao Parque das Nações, passando pelo Campo Grande e Alvalade. O trajecto dos autocarros está disponível online.

O movimento é viabilizado pelo Fundo de Emergência da CML e apresentado pela actriz brasileira Úrsula Corona, conhecida pelas suas interpretações em telenovelas portuguesas e no Brasil. Também recebeu apoio de artistas portugueses e brasileiros, como Maria Luiza Jobim. Além dos concertos, o Reverbera tem organizado uma série de debates, numa iniciativa intitulada “Um Novo Tempo de Prosa”. “Cada semana temos assuntos que consideramos pertinentes, como mulheres com profissões em espaços predominantemente masculinos, ou o movimento LGBTQI”, explica Corona.

De acordo com a actriz, o objectivo principal é “fomentar uma nova forma de fazer arte, consumindo cultura de artistas que foram directamente afectados [pela crise pandémica]”.

Através do site do movimento é possível fazer doações directas e apoiar financeiramente os artistas ligados à iniciativa, uma vez que muitos não estando filiados em plataformas de streaming como o Spotify.

Texto editado por Ana Fernandes

Sugerir correcção