Confinamento: britânicos comeram compulsivamente, beberam e não fizeram exercício físico

As alterações nos hábitos durante o confinamento podem trazer consequências a longo prazo, afirma o estudo.

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Reuters/JOHN SIBLEY

O confinamento resultante da pandemia da covid-19 tem levado os britânicos a comer compulsivamente e beber mais álcool, mas também a fazer menos exercício físico e a sofrer de níveis mais intensos de ansiedade. Estes são os resultados preliminares de um estudo que analisou as respostas de cerca de 800 ingleses quanto a questões relacionadas com a sua saúde e rotinas entre o final de Junho e o início de Julho. As conclusões apontam para que a pandemia possa ter impactos nas taxas de obesidade e saúde mental dos britânicos, inclusive a longo prazo.

"O confinamento resultou num aumento dos níveis de ansiedade, pior qualidade de sono, tristeza persistente, pior alimentação, surgimento da ideia de suicídio, consumo de álcool e diminuição da actividade física”, enumera Stanley Ulijaszek, professor e director da unidade de Variação Biocultural e Obesidade da Universidade de Oxford, que co-orientou o estudo, citado pela Reuters. “Estas alterações podem, potencialmente, trazer consequências a longo prazo nas taxas de obesidade e doenças crónicas”, conclui o investigador.

Os jovens adultos parecem sofrer desproporcionalmente de mais tristeza e ansiedade, enquanto 46% dos inquiridos disse ter praticado menos actividade física durante o confinamento. Grande parte também reporta ter comido de forma compulsiva e praticado uma dieta menos saudável, com maior prevalência de snacks e bebidas alcoólicas.

O estudo surge numa altura em que o primeiro-ministro Boris Johnson lança uma campanha que apela à consciencialização da importância da uma alimentação saudável, já que a obesidade é um factor de risco perante a covid-19.

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