Universidade de Aveiro vai reembolsar quem devolver garrafas e latas

Alunos e trabalhadores da Universidade de Aveiro vão poder ser reembolsados por cada garrafa ou lata que devolvam. O valor deverá ser creditado no Cartão Único da instituição e os resíduos terão como destino a indústria recicladora e produtora de embalagens de PET e alumínio.

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Nick Fewings/Unsplash

Os alunos e trabalhadores da Universidade de Aveiro (UA) vão poder vir a ser reembolsados pelas garrafas ou latas que devolvam, no âmbito de um projecto pioneiro a nível nacional orçado em 842 mil euros, informou esta quarta-feira, 29 de Julho, fonte académica.

Numa nota enviada à agência Lusa, a UA refere que o projecto REAP — Reciclagem e Reembolso de Embalagens de alumínio e PET (polietileno tereftalato) foi aprovado pelo Programa Ambiente do Mecanismo Financeiro plurianual (EEA Grants), tendo o respectivo contrato de financiamento sido assinado na última sexta-feira.

O projecto tem como princípio base a possibilidade de os alunos e trabalhadores daquele estabelecimento de ensino poderem ser reembolsados por cada garrafa ou lata que devolvam. De acordo com a UA, esta devolução será feita em equipamentos dedicados e adquiridos no âmbito do projecto e o valor do reembolso deverá ser creditado no Cartão Único da UA, o qual já está associado aos sistemas de acessos e pagamentos da instituição.

“É esperado que, havendo uma separação dedicada, com um menor grau de contaminação, o produto resultante da recolha possua uma qualidade superior e se assista a um aumento da recolha selectiva de PET e alumínio”, refere a mesma nota. A avaliação ambiental deste projecto-piloto será realizada através duma análise de ciclo de vida.

A UA esclarece ainda que o produto resultante da implementação do projecto terá como destino a indústria recicladora e produtora de embalagens de PET e de alumínio e a reciclagem para fins de demonstração e inovação. “Pretende-se adquirir equipamentos que permitam a transformação do PET em matéria-prima adequada para projectos de investigação na área de impressão 3D, na incorporação em novos materiais, a produção de novos produtos (embalagens) e a avaliação da sua qualidade, promovendo e apoiando o sector da reciclagem e o mercado de matérias-primas secundárias”, diz a UA.

A UA destaca ainda a “forte” vocação social do projecto, na medida em que se pretende que as contrapartidas financeiras provenientes do encaminhamento do produto recolhido sejam canalizadas para a acção social escolar, traduzindo-se num apoio directo aos alunos carenciados da instituição. Para a implementação deste projecto, a UA terá como parceiros a empresa norueguesa Infinitum e os municípios da área para onde a universidade se estende.

Esta é mais uma iniciativa a juntar-se à lista das que têm sido levadas a cabo em diversas universidades portuguesas que tentam ser mais sustentáveis. A própria UA já tinha oferecido lanche a quem fosse para as aulas de bicicleta e quando recebeu os alunos no início do ano lectivo apresentou-lhes um piquenique com copos reutilizáveis. Mais ainda, a instituição oferece aos alunos árvores da região, que são mais tarde plantadas em zonas afectadas pelos incêndios. 

E não é única: em Coimbra, os alunos são convidados a adoptar e cuidar de uma planta no Jardim Botânico da cidade, que é posteriormente transferida para zonas devastadas por incêndios ou tempestades. A Universidade de Coimbra criou, aliás, polémica, ao anunciar que iria deixar de servir carne de vaca nas cantinas. Um dos muitos objectivos para atingir a meta de se tornar, até 2030, na primeira universidade neutra em carbono. 

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